Jejum 120/48 por 1 mês
Aviso ao leitor: se essa é sua primeira vez nesse site, eu gostaria de esclarecer alguns pontos.
- O assunto tratado aqui, jejum intermitente (ou JI), não é "loucura de blogueiro". Embora eu não seja (ainda!) profissional da área de saúde, há toda uma corrente de pensamento científico e um bocado de evidências para embasar a prática. Por exemplo, só nesse link você vai achar mais de 750 artigos falando sobre uso de JI para tratar diversas condições de saúde. Então antes de jogar pedras, informe-se.
- Jejum intermitente não é essencial para perder peso. É uma ferramenta útil, apenas isso. Eu não jejuo porque quero emagrecer. Perdi todo o peso que desejava simplesmente praticando uma dieta paleo/lowcarb, sem jejuar. No entanto, o jejum me beneficia de várias formas: aumenta minha concentração, me dá mais disposição e economiza tempo e dinheiro. Eu não estou de forma alguma recomendando que você pratique – apenas relato o meu caso.
- Se você já tem algum tipo de transtorno alimentar (especialmente anorexia ou bulimia), antes de sequer pensar em jejuar, fale com seu terapeuta. Não é brincadeira.
Dito isso, já faz alguns anos que introduzi o jejum intermitente na minha vida. Comecei deixando de tomar o café-da-manhã: jantava por volta da meia-noite, almoçava ao meio-dia. Isso configurava um protocolo 12/12 (ou seja, 12 horas comendo, 12 horas sem comer). Foi muito prático, pois estava bem no meio do curso de nutrição e me poupava um tempo tremendo.
Um pouco mais à frente, comecei a experimentar com outros protocolos: 14/10, 16/8, e cheguei a ficar 2 meses em 24/0 (ou seja, 1 refeição por dia - a chamada "dieta do guerreiro"). Esse ano (2017) eu encarei um protocolo de 120/0 (5 dias em jejum), depois de ter falhado no ano passado.
O plano agora é manter um protocolo 120/48 durante 4 semanas. Na prática, isso se traduz em: "não comer nada de segunda a sexta, e comer livremente no sábado e domingo". Nesse período, vou trabalhar e realizar minhas atividades diárias normalmente: cozinhar para a família (dificuldade extra: sentir o cheiro da comida e não comer :-), cuidar dos filhos, levar e buscar da escola, passear com o cachorro, etc. Infelizmente não vou poder malhar: estou tratando lesões no ombro e joelho direitos.
Embora no JI 120/0 eu tenha consumido apenas água e pitadinhas de sal, dessa vez eu vou abrir espaço para alguns chás não-calóricos (e não-adoçados): chá mate, chá verde, canela e gengibre.
No meu experimento com 120/0, alguns leitores me cobraram medições de marcadores sanguíneos – que eu acabei não fazendo. Então dessa vez eu me preparei melhor: comprei um glicosímetro. Estou à caça de fitinhas para medir cetonas na urina, mas ainda não achei.
Além disso, convidei a nutricionista Djulye Marquato e a pesquisadora Flávia Trajano para me acompanharem no processo. Se correr tudo bem com os nossos horários, vamos bater um papo rápido 1 vez por semana, e vou postar os vídeos aqui nesse post mesmo.
Djulye e Flávia
Finalmente, para a quebra do jejum aos fins-de-semana, vou contar com o apoio da SoulFit. Trata-se de uma produtora especializada em pães e bolos lowcarb, que ontem me mandou essa delícia para a minha última refeição da semana :-D (quem é de BH, não perca!)
Pão de farinha de castanha-de-caju e queijo canastra.
2.8g de carbos por porção de 25g. Altamente recomendado :-D
Mas vamos lá! Agora são 13h30 do dia 07/08/2017. Me pesei há pouco, e a balança marcou 69.9kg. A cintura marcou 89cm. É o meu maior peso (e circunferência abdominal) desde que comecei com a dieta paleo (março/2013), e sei bem o motivo: nos últimos meses, embora nunca tenha escapado da dieta em si (ou seja, nada de lixo), eu não economizei nas frutas e mel (e nem no álcool aos fins de semana). Além disso, desde o nascimento do meu filho eu venho ganhando peso lentamente – algo que atribuo à falta de sono. Nem me lembro direito de quando tive 8 horas de sono sem interrupção – e ficar sem dormir sabidamente induz ganho de peso e perda de massa muscular.
De qualquer forma, foi dada a largada! Vou tentar atualizar esse post todo dia à noite, pelas próximas 4 semanas. Em breve começarão a aparecer as medidas de glicemia (e de cetonas, se eu achar as fitinhas para medir :-)
E antes que alguém pergunte, já vou responder: por que eu estou fazendo jejum? Não é para emagrecer, pode ter certeza. Para perder peso bastaria eu regular de maneira mais estrita as frutas, mel e cachaça. Sobre as horas de sono eu não consigo mudar muita coisa, já que o bebê é quem me acorda...
Mas então... Por que jejuar? No meu caso, é apenas porque eu quero testar meu limite. Nos experimentos passados, ao contrário do que a sabedoria convencional insiste em dizer, não houve perda cognitiva, por exemplo. Eu não fiquei hipoglicêmico nem desmaiei, não comecei a babar, não tive convulsões ou qualquer outro transtorno por ficar 5 dias sem comer. Pelo contrário, tive uma sensação de bem-estar muito bacana – e agora quero descobrir o que acontece se praticar esse jejum longo com uma frequência maior.
Ah, mas e se você passar mal? Bem, nesse caso eu vou interromper o jejum e comer algo, uai. Foi o que fiz em setembro do ano passado...
Dia 1 - 07/08/2017 - 22h32 - 24h em jejum
Vencidas as primeiras 24 horas de jejum. Nada de novo, especialmente por eu já ter o hábito de jejuns 24/0. A fome chegou muito de leve, e está gerenciável sem muito esforço. Como eu tinha dito, dessa vez vou abrir espaço para chás não-adoçados – ao invés de ficar só na água.
Preparei o meu primeiro chá com mate, gengibre e canela. Tive então a brilhante idéia de adicionar 2 colheres de chá de sal aos 2 litros de chá que preparei – afinal de contas, ingerir pitadinhas de sal já estava previsto.
Dica: NÃO faça isso. Ficou horrível. Ainda não sei se vou tomar...
Fiz uma bioimpedância hoje, e descobri que esses últimos meses abusando das frutas, mel e álcool, e sendo abusado pela falta de sono, cobraram seu preço. Meu percentual de gordura subiu de 15 para 20%. #chatiado
Me pesei agorinha, e a balança acusou 900g a menos em relação a hoje cedo: de 69.9 para 69.2kg. É claro que essa perda foi principalmente sob forma de água. A baixada da insulina já deve estar liberando a água retida.
Pensei em medir a glicemia, mas decidi esperar mais um pouco. O glicosímetro que comprei vem com apenas 10 fitas, e as danadinhas são absurdamente caras (afinal de contas, o mercado do diabetes precisa extorquir os doentes).
O espelho não me deixou feliz...
O excesso de ingestão de gordura objetivando cetose lhe dará cetonas mais altas, mas a insulina irá responder para manter essas cetonas sob controle e as altas quantidades de gordura irão ao armazenamento. As pessoas podem ter leituras mais baixas de cetonas quando ingerem mais proteína, mas é mais importante comer uma quantidade adequada de proteína para preservar a massa corporal magra do que ter níveis terapêuticos de cetonas.
Em resumo,não se preocupe com a medida de cetonas. Existem poucos motivos para medí-las depois de simplesmente entender que a redução dos carboidratos (assumindo estilo páleo/primal LCHF) ou o Jejum Intermitente causa a lipoadaptação (e suas positivas consequências) e eventualmente produção e uso de cetonas.
Dia 2 - 08/08/2017 - 23h55 - 48h em jejum
Acordei totalmente sem fome, mas ao longo do dia ela deu as suas pontadas de sempre. Joguei fora o chá salgado que fiz ontem, e repus o sódio apenas com pedrinhas de sal grosso.
Trabalhei normalmente, fiz compras e sofri uma crueldade: como você já deve saber, eu preparo carnes 2 vezes por mês. Compro uma quantidade grande, preparo e congelo para facilitar a logística da casa.
Pois bem, hoje era dia de cozinhar. E lá fui eu preparar 10kg de carne: músculo, linguiça, barriga, bacon e patinho moído. Quando entrava na cozinha para verificar se estava pronto, o cheiro me fazia querer comer o planeta inteiro. Mas era só me afastar e a fome sumia...
A balança marcou 68.3kg (ou seja, 1.7kg a menos em relação a ontem pela manhã). A cintura também encolheu 0.5cm, chegando aos 88.5. Novamente: é impossível que isso tudo seja de gordura. A maior parte certamente foi de água.
Ainda não consegui comprar as fitas para medir cetonas – mas de qualquer maneira acredito que ainda não entrei em cetose... O hálito e o suor ainda não apresentam o cheiro característico. Provavelmente estou queimando os últimos estoques de glicogênio.
Agora à noite, tive um excelente bate-papo com a Djulye e a Flávia. O resultado da conversa está no vídeo abaixo.
Se me lembro bem do último jejum 120/0, amanhã deve ser o pior dia. Então vou me concentrando por aqui :-D
Dia 3 - 09/08/2017 - 21h56 - 72h em jejum
A noite de ontem para hoje foi tensa, por conta do meu filho: estão brotando 4 ou 5 dentes, então ele praticamente não dormiu – e eu não dormi também. Aliás, tirei cochilos ao longo da noite, em posições horríveis (incrível como um bebê de 10kg consegue ocupar uma cama inteira). O resultado é uma baita dor nas costas. Bem, faz parte do processo de ser pai :-)
Sorri o dia inteiro, mas não dorme à noite :-)
O dia em si foi tranquilo. Zero dor de cabeça, e a fome continua no vai-e-vem. Acabei não fazendo chá, por conta da correria do trabalho. Comi umas pedrinhas de sal, tirei uma soneca depois do almoço para compensar a noite mal-dormida, e pronto. No jejum passado, o 3o foi o pior dia. Nesse, até agora ainda não tive dias ruins...
Na balança, 67.7kg. Isso dá 500g a menos que ontem, e 2.2kg a menos que na segunda-feira pela manhã. A cintura desceu para 87cm.
Fatos notáveis: como não estou comendo nada, obviamente não há nada para sair. Nem gases, nem o número 2. A micção que esteve aumentada nos últimos 2 dias, voltou ao normal – provavelmente porque a insulina já baixou bastante...
Dia 4 - 10/08/2017 - 21h47 - 96h em jejum
Acabou que hoje foi o dia mais difícil até o momento. Não tanto pela fome (que vai e vem), mas pelo psicológico de ver a família comendo e eu mesmo não comer :-) Engraçado que no meu primeiro jejum de 120h, o dia mais difícil foi o terceiro.
Algumas pitadinhas de sal, muita água e um dia de trabalho pesado: foi o dia de fazer a limpeza de inverno na casa, e foram para o lixo diversos quilos de papel que estavam escondidos em tudo quanto é canto. Sobe escada, desce escada, levanta caixas pesadas, e por aí vai. O resultado foi que a balança marcou 66.4kg (ou seja, 1.3kg a menos que ontem e 3.5kg a menos que na segunda pela manhã). A cintura também baixou para 86.5cm.
Uma coisa que só reparei hoje foi na ausência quase completa de placa bacteriana nos dentes. Como não estou comendo nada, as bactérias bucais não estão comendo também – então não crescem. Só tenho escovado os dentes para tirar o bafo mesmo... de sujeira não tem nada :-D
Amanhã é dia de quebrar o jejum, e estou planejando atacar aquela barriga de porco que assei na segunda. Estou pensando também em manter uma dieta cetogênica nesse fim-de-semana, para ver o que acontece - mas sinceramente ainda não sei se vou fazer isso. Hoje teve uma couve-flor ao sugo aqui em casa, e ainda sobrou bastante dela. Amanhã saberei se resisto.
De qualquer forma, o novo compromisso que quero fazer é: mesmo que eu não mantenha uma dieta cetogênica na quebra do jejum, vou continuar sem comer laticínios, oleaginosas e amendoim (que é uma leguminosa, mas que eu gosto muito :-). Além disso, vou manter o álcool a zero nesse mês do experimento.
Não tenho motivo nenhum para isso: já fiz o teste tanto com laticínios quanto com oleaginosas e amendoim, e não sou intolerante a eles. É só cisma de mineiro mesmo :-D
Amanhã tenho que correr a trás das fitinhas para medir cetonas!
Dia 5 - 11/08/2017 - 21h40 - 120h em jejum e primeira quebra
A noite foi tensa. O meu filho acordou por volta das 2h e só foi dormir de novo às 5. O "engraçado" é que apesar do pouco tempo de sono, eu não fiquei moído durante o dia. Possivelmente por conta da cetose instalada, que não deixa faltar combustível.
E por falar em cetose, má-notícia: hoje eu rodei todas as redes de farmácia de BH, e nenhuma delas trabalha com fitas para medir cetonúria (cetonas na urina). Também fui à "Casa do Diabético", mas o produto estava em falta. Resultado: não consegui medir minhas cetonas :-( Que sirva de lição: fui um gerente de projeto desleixado. Devia ter comprado isso pela internet quando o experimento começou... Vou corrigir o erro semana que vem!
O dia transcorreu tranquilo, apesar do trabalho pesado: a limpeza de inverno prosseguiu, e saíram muitos mais quilos de lixo de dentro de casa. No finalzinho do dia, joguei fora um tronco de árvore que estava entulhando um canto, e me esqueci de que o meu ombro não está bom. Deu uma fisgada das boas :-( Quero ver como ele vai estar amanhã cedo...
A balança marcou 65.9kg (ou seja, 0.5kg a menos que ontem e 4kg a menos que na segunda pela manhã). A cintura caiu para 86cm.
Quebrei o jejum, como havia sonhado, com um pratão de barriga de porco, linguiça, bacon e ovos mexidos (e creme de malagueta). Cheguei até a pensar em começar com algo mais leve, mas fiquei matutando sobre o que aconteceria se um caçador-coletor passasse fome por 5 dias e depois conseguisse matar um bicho. Será que ele ia pensar "antes de comer, preciso me aclimatar primeiro com um caldo de legumes" ? Provavelmente não... Eu acho que ele ia comer o fígado do bicho ainda cru mesmo :-D Assim sendo, comi meus 800g de proteína e gordura feliz e contente.
Primeira quebra de jejum: o paraíso na Terra
Curiosidade: depois de comer, deu um sono arretado. Tive que deitar e dormir por 1h mais ou menos. E depois vem gente falar que se você jejuar não vai ter energia para trabalhar. É bem o contrário: quando estamos de barriga vazia, ficamos alerta "caçando comida". Depois de mandar aquele pratão para dentro é que o corpo relaxa e você vai "jiboiar" como se diz em alguns lugares: só quer se esparramar no canto e ficar como uma jibóia que engoliu um boi :-D
Medi a minha glicemia imediatamente antes de comer, e deu 98mg/dl. Medi 1h depois, quando acordei do cochilo, e deu 104mg/dl. O Luis Schütz deixou um comentário muito interessante sobre a minha media de glicemia depois de 48h de jejum, que reproduzo aqui:
Medi a minha glicemia imediatamente antes de comer, e deu 98mg/dl. Medi 1h depois, quando acordei do cochilo, e deu 104mg/dl. O Luis Schütz deixou um comentário muito interessante sobre a minha media de glicemia depois de 48h de jejum, que reproduzo aqui:
Hilton,gostaria de comentar sua glicose de jejum em 110 mg/dl:
1 - Seu jejum prolongado certamente vai acarretar aumento do cortisol, pois não deixa de ser uma situação estressante para o corpo. Fora as questões do sono,que igualmente estão contribuindo para uma provável elevação forte do cortisol. Cortisol elevado gera gliconeogênese.
2 - Certamente, com insulina baixíssima, POR DEFINIÇÃO, o metabolismo muda de oxidação de glicose para beta-oxidação de ácidos graxos, como tu já bem sabes. Estes ácidos graxos passam a ser liberados em grande quantidade por ação da lipase hormônio-sensível (enzima que, nos adipócitos, é fortemente inibida pela insulina - ergo, novamente, isso acontecerá com insulina BAIXA). O aumento de Ácidos Graxos Livres na circulação é o responsável pela indução de RESISTÊNCIA à insulina, especialmente nos músculos. Isto é FISIOLÓGICO, isto é normal, e isto é necessário, pois em virtude do jejum prolongado, a quantidade de glicose disponível (produzida por gliconeogênse) é limitada, e precisa ser reservada para as células que dependem de glicose (como é o caso das hemácias, que não têm mitocôndrias, e dos neurônios do SNC, que podem ser supridos apenas parcialmente por corpos cetônicos). Então temos a clássica resistência a insulina fisiológica acontecendo.
Porém, a resistência fisiológica é transitória,normalmente (HbA1c normal).
Resumindo, tá tranquilo e favorável :-D
Algumas decisões tomadas hoje (que espero conseguir cumprir)
- Durante as quebras de jejum, zero carbo (ou seja, algo tendendo a cetogênico se eu não abusar da proteína)
- Durante as quebras de jejum, zero álcool (ou seja, nada de vinho e destilados pelas próximas 3 semanas)
Vamos ver se concretizo!
Uma coisa que já comentei aqui em casa é que para mim é mais fácil ficar sem comer NADA do que ficar sem comer frutas depois da refeição. Acho que é um resquício do vício da minha vida passada: ter algo doce depois de mandar aquele belo pedaço de carne para dentro. Sei que cabe perfeitamente dentro do contexto paleo, mas como eu disse lá no início: o que estou fazendo é apenas um auto-experimento ;-)
Dia 6 - 12/08/2017 - 19h33 - Primeiro fim-de-semana livre
Ontem à noite, depois da refeição que descrevi (800g), ainda arrematei 4 ovos cozidos, um pouco de músculo cozido e uma fatia fina de barriga de porco. Nem era fome mesmo – só vontade de comer. Hoje acordei às 6h e me pesei: 67.8kg. Ganhei quase 2kg da noite para o dia! Depois fui ao clube com as crianças e o meu sogro, e fiquei por lá até o meio da tarde. Nesse processo, comi nada menos que 350g de lombo e 350g de peito de frango. Ao me medir agorinha, a balança marcou 68.4kg e a fita métrica, 87cm de cintura.
Uau, ganhei 2.5kg e 1cm de cintura em 1 dia!
O que pode ser isso? Calma, sem pânico! Lembra que lá no primeiro dia eu perdi 900g? Assim como é impossível perder 900g de gordura em 1 dia, também é impossível ganhar 2.5kg de gordura em 1 dia...
- Eu comi com força ontem e hoje, e essa comida ainda não saiu. É notório que dietas sem fibra deixam o trânsito intestinal mais lento (não que isso seja ruim. Leia aqui, aqui e aqui), e as únicas plantas que consumi foram umas cebolas e pimentões que vieram com o lombo. Na prática então, dentro do meu bucho ainda tem MUITA coisa para sair.
- O volume de sal que comi ontem e hoje deve ter superado de longe todo o sal que consumi durante a semana de jejum. Provavelmente isso fez reter mais água. Ou ainda: o estoque de glicogênio muscular e hepático pode ter sido restaurado a partir da proteína e gordura que comi - e como sabemos, o glicogênio no corpo fica armazenado sob forma hidratada, e portanto mais pesado.
Resumindo: ganhei peso, mas duvido que tenha sido de gordura. Se pudesse medir a minha insulina, acredito que ela mal teria se mexido.
Detalhe: mesmo não tend ido ao banheiro para o #2, tenho ZERO desconforto. Nada de dores, inchaço ou gases – sendo que esses últimos eu já esperava que não aparecessem: eles são formados a partir da fermentação de fibras. Como eu comi praticamente produtos de origem animal, não há fibras a serem fermentadas e por conseguinte não há gases.
Detalhe: mesmo não tend ido ao banheiro para o #2, tenho ZERO desconforto. Nada de dores, inchaço ou gases – sendo que esses últimos eu já esperava que não aparecessem: eles são formados a partir da fermentação de fibras. Como eu comi praticamente produtos de origem animal, não há fibras a serem fermentadas e por conseguinte não há gases.
Dia 7 - 13/08/2017 - 22h31 - Primeiro fim-de-semana livre
Para começar bem o dia dos pais, nada como seu bebê chorando :-D
Apesar disso, o dia foi bem tranquilo. Amanheci com 67.8kg, e continuei em jejum até a hora do almoço... que foi composto apenas de carne. Comprei uma peça de picanha, mais 1kg de linguiça, e joguei na "televisão". Foi praticamente tudo para o bucho, sendo que dividi com a esposa e a filha mais velha.
Tela Quente
Depois do rango, que foi acompanhado de muita água com gás, aproveitei para praticar um hobby que há tempos não fazia: marcenaria. Estou construindo uma estante suspensa para guardar meus CDs na área de churrasco – apesar de praticamente só ouvir coisas em MP3 atualmente, tenho uma ligação sentimental com meus CDs e não consigo me livrar deles... Então ao invés de deixá-los empoeirando, vou pelo menos pô-los num lugar onde fiquem visíveis e despertem a vontade de serem ouvidos.
Passei o resto da tarde trabalhando, e agora à noite comi mais outro tanto de picanha e linguiça. O resultado na balança foram 69.5kg! A cintura, por outro lado, quase não mudou: 87.5cm.
Amanhã começa a segunda semana do jejum, e quero ver como o peso vai se comportar quando esse conteúdo intestinal tiver ido embora...
Dia 8 - 14/08/2017 - 21h17 - 24h em jejum
Noite tensa, e dia cheio. A babá do meu filho entrou de férias, e como é feriado hoje e amanhã aqui em BH, a minha filha não foi à aula. Trabalhei um pouco pela manhã, fui à fisioterapia ver se dou jeito no joelho e a tarde foi dedicada às crianças.
Do ponto de vista do jejum, foi bem tranquilo. Até o momento ainda nem "precisei" consumir sal: passei o dia à base de água mesmo.
Na balança, o peso caiu para 67.4kg mesmo sem o #2. Certamente foi-se embora um monte de água que estava retida por causa do sal ingerido na quebra do jejum. A cintura encolheu também, para 86.5cm.
Depois de ler um outro comentário do Luis Schütz (mais uma aula gratuita sobre a fisiologia da cetose), desencanei bastante de medir as cetonas:
Hilton,gostaria de comentar sobre o porque acho totalmente desnecessário medir ou perseguir cetose nutricional.
1 - O custo das tiras para medir a cetose no sangue são absurdamente caras, na faixa de 3~5 reais cada. Imagina uma pessoa medindo isso por vários dias ou meses.Certamente, se todo esse dinheiro, tempo e esforço para testar as cetonas fosse direcionado a aplicá-lo para escolhas de alimentos adequados, bem como um programa estruturado de treinamento de força, teríamos muito mais "retorno".
2 - A outra forma de medir cetonas, via urina, são muitas vezes não detectáveis pós-cetoadaptação, resultando em pessoas que pensam que não estão mais em cetose, quando na verdade elas estão totalmente adaptadas, "derramando" menos cetonas, ou seja,estão utilizando as mesmas como fonte de energia. Além disso, os níveis de hidratação são um fator de confusão no teste de cetonas na urina, que podem resultar em um "falso positivo" e um "falso negativo". Além disso, as cetonas da urina são aquelas desperdiçadas - aquelas que estão sendo excretadas do corpo e não aquelas que são ativamente utilizadas. Essas cetonas não são e não foram usadas pelo cérebro. Como verificar se o corpo está usando cetonas como fonte de energia se as únicas cetonas testadas não estão sendo utilizadas como fonte de energia?
3 - A outra forma de medir cetonas é pela respiração, que pelo que sei, só poderá ser feito por um aparelho (Ketonix) que fica na faixa de $180~200 dólares! Por Michel Lundel, o inventor do Ketonix:
Depois de ler um outro comentário do Luis Schütz (mais uma aula gratuita sobre a fisiologia da cetose), desencanei bastante de medir as cetonas:
Hilton,gostaria de comentar sobre o porque acho totalmente desnecessário medir ou perseguir cetose nutricional.
1 - O custo das tiras para medir a cetose no sangue são absurdamente caras, na faixa de 3~5 reais cada. Imagina uma pessoa medindo isso por vários dias ou meses.Certamente, se todo esse dinheiro, tempo e esforço para testar as cetonas fosse direcionado a aplicá-lo para escolhas de alimentos adequados, bem como um programa estruturado de treinamento de força, teríamos muito mais "retorno".
2 - A outra forma de medir cetonas, via urina, são muitas vezes não detectáveis pós-cetoadaptação, resultando em pessoas que pensam que não estão mais em cetose, quando na verdade elas estão totalmente adaptadas, "derramando" menos cetonas, ou seja,estão utilizando as mesmas como fonte de energia. Além disso, os níveis de hidratação são um fator de confusão no teste de cetonas na urina, que podem resultar em um "falso positivo" e um "falso negativo". Além disso, as cetonas da urina são aquelas desperdiçadas - aquelas que estão sendo excretadas do corpo e não aquelas que são ativamente utilizadas. Essas cetonas não são e não foram usadas pelo cérebro. Como verificar se o corpo está usando cetonas como fonte de energia se as únicas cetonas testadas não estão sendo utilizadas como fonte de energia?
3 - A outra forma de medir cetonas é pela respiração, que pelo que sei, só poderá ser feito por um aparelho (Ketonix) que fica na faixa de $180~200 dólares! Por Michel Lundel, o inventor do Ketonix:
"As cetonas do sangue e as cetonas da respiração não se correlacionam bem um com o outro. Eu confirmei isto testando sangue e respirando lado a lado. Eu tive cetonas altas de sangue, mas cetonas baixas na respiração. EM outro momento, eu tive cetonas altas na respiração, mas baixas cetonas no sangue ".
Então.......
4 - Interpretação ERRADA dos dados:
4 - Interpretação ERRADA dos dados:
a - As cetonas no sangue tendem a ser mais baixas pela manhã do que a noite.
Então, o que acontece, muitas pessoas testam à noite e têm cetonas altas, e aí quando testam pela manhã , encontram cetonas mais baixas , aí acham que comeram muita proteína ou carboidratos no jantar do dia anterior. Sabemos que isso não é verdade .Lembrando que pela manhã o cortisol é maior e a gliconeogênese acontece!.
b - Quando as cetonas no sangue estão altas, pode significar que as mesmas estão se acumulando no sangue e não sendo usadas. Qual o objetivo de ter "altos níveis de cetona" se eles não estão sendo usados de forma eficiente?
c - Muitas pessoas ceto-adaptadas a longo prazo observam baixas cetonas no sangue, mas ALTAS na respiração. Talvez este seja um sinal de adaptação em curso ainda, mas não podemos dizer com certeza porque não há dados sobre isso. Uma hipótese é que baixas cetonas no sangue com cetonas altas na respiração são meramente indicativas do metabolismo eficiente destas. Observe, se alguém estava apenas testando no sangue, ela pode pensar que "não estão mais na cetose", apesar de altos níveis de cetonas através do Ketonix indicar alto uso de gordura para combustível.
d - Os resultados do teste no sangue de cetonas indicam que o número muda para cima e para baixo substancialmente. É difícil encontrar algo concreto quando o número se move tanto. Isso leva à confusão e à necessidade de testar uma série de vezes para descobrir o que está acontecendo. Como eu disse, no entanto, o teste de cetonas de sangue é caro....e tem de estar toda hora "furando" dedo......
5 - A queima de ácidos graxos do tecido adiposo é o principal benefício de uma dieta cetogênica.
Em uma dieta cetogênica, parte da demanda energética do cérebro é alimentada por cetonas, mas o coração, os músculos, etc. são alimentados por ácidos graxos. A maior parte da energia que utilizamos em repouso e no esforço sub-máximo em uma dieta cetogênica é o ácido gordo, e não as cetonas. Citando o Dr. Ron Rosedale sobre "perseguindo cetonas ":
"Eu não quero que as pessoas tenham a mentalidade de que são as cetonas que são o benefício da dieta. Elas são um efeito "colateral " benéfico, mas o principal benefício é que você está queimando ácidos gordurosos da gordura corporal, e não glicose. E é realmente aí que você está recebendo o benefício ... Portanto, as cetonas são ótimas, mas o termo dieta cetogênica indicando que a dieta é tão boa porque você está gerando todas essas cetonas é uma má interpretação do benefício. O principal benefício é que você está queimando ácidos gordurosos e isso TAMBÉM acontece numa dieta LCHF NÃO-CETOGÊNICA. Claro, como efeito colateral da queima de ácidos graxos, você pode estar produzindo cetonas para que seu corpo também possa queimar .
6 - Pode-se ganhar, perder ou manter o peso corporal dentro ou fora da cetose. Se o objetivo PRIMÁRIO de alguém for perda de peso, há zero razão para testar a cetose. Testar cetose seria puramente mais para casos terapêuticos, como tratar epilepsia,por exemplo( eficácia comprovada).
7 - Uma das primeiras coisas que aprendemos em uma dieta cetogênica é não temer a cetoacidose. A cetoacidose é uma condição em que as cetonas (e potencialmente níveis de glicose no sangue) são muito altas(diabéticos tipo 1). A razão pela qual a maioria das pessoas não precisa se preocupar com a cetoacidose é porque a insulina modera os níveis de cetonas . Em outras palavras, as cetonas causam uma resposta da insulina (confirmada em 3.0mmol / L, mas suspeita de ocorrer abaixo desse nível). Os altos níveis de insulina, no contexto de uma dieta HIPERcalórica, poderá levar ao ganho de peso.
Então, o que acontece, muitas pessoas testam à noite e têm cetonas altas, e aí quando testam pela manhã , encontram cetonas mais baixas , aí acham que comeram muita proteína ou carboidratos no jantar do dia anterior. Sabemos que isso não é verdade .Lembrando que pela manhã o cortisol é maior e a gliconeogênese acontece!.
b - Quando as cetonas no sangue estão altas, pode significar que as mesmas estão se acumulando no sangue e não sendo usadas. Qual o objetivo de ter "altos níveis de cetona" se eles não estão sendo usados de forma eficiente?
c - Muitas pessoas ceto-adaptadas a longo prazo observam baixas cetonas no sangue, mas ALTAS na respiração. Talvez este seja um sinal de adaptação em curso ainda, mas não podemos dizer com certeza porque não há dados sobre isso. Uma hipótese é que baixas cetonas no sangue com cetonas altas na respiração são meramente indicativas do metabolismo eficiente destas. Observe, se alguém estava apenas testando no sangue, ela pode pensar que "não estão mais na cetose", apesar de altos níveis de cetonas através do Ketonix indicar alto uso de gordura para combustível.
d - Os resultados do teste no sangue de cetonas indicam que o número muda para cima e para baixo substancialmente. É difícil encontrar algo concreto quando o número se move tanto. Isso leva à confusão e à necessidade de testar uma série de vezes para descobrir o que está acontecendo. Como eu disse, no entanto, o teste de cetonas de sangue é caro....e tem de estar toda hora "furando" dedo......
5 - A queima de ácidos graxos do tecido adiposo é o principal benefício de uma dieta cetogênica.
Em uma dieta cetogênica, parte da demanda energética do cérebro é alimentada por cetonas, mas o coração, os músculos, etc. são alimentados por ácidos graxos. A maior parte da energia que utilizamos em repouso e no esforço sub-máximo em uma dieta cetogênica é o ácido gordo, e não as cetonas. Citando o Dr. Ron Rosedale sobre "perseguindo cetonas ":
"Eu não quero que as pessoas tenham a mentalidade de que são as cetonas que são o benefício da dieta. Elas são um efeito "colateral " benéfico, mas o principal benefício é que você está queimando ácidos gordurosos da gordura corporal, e não glicose. E é realmente aí que você está recebendo o benefício ... Portanto, as cetonas são ótimas, mas o termo dieta cetogênica indicando que a dieta é tão boa porque você está gerando todas essas cetonas é uma má interpretação do benefício. O principal benefício é que você está queimando ácidos gordurosos e isso TAMBÉM acontece numa dieta LCHF NÃO-CETOGÊNICA. Claro, como efeito colateral da queima de ácidos graxos, você pode estar produzindo cetonas para que seu corpo também possa queimar .
6 - Pode-se ganhar, perder ou manter o peso corporal dentro ou fora da cetose. Se o objetivo PRIMÁRIO de alguém for perda de peso, há zero razão para testar a cetose. Testar cetose seria puramente mais para casos terapêuticos, como tratar epilepsia,por exemplo( eficácia comprovada).
7 - Uma das primeiras coisas que aprendemos em uma dieta cetogênica é não temer a cetoacidose. A cetoacidose é uma condição em que as cetonas (e potencialmente níveis de glicose no sangue) são muito altas(diabéticos tipo 1). A razão pela qual a maioria das pessoas não precisa se preocupar com a cetoacidose é porque a insulina modera os níveis de cetonas . Em outras palavras, as cetonas causam uma resposta da insulina (confirmada em 3.0mmol / L, mas suspeita de ocorrer abaixo desse nível). Os altos níveis de insulina, no contexto de uma dieta HIPERcalórica, poderá levar ao ganho de peso.
O excesso de ingestão de gordura objetivando cetose lhe dará cetonas mais altas, mas a insulina irá responder para manter essas cetonas sob controle e as altas quantidades de gordura irão ao armazenamento. As pessoas podem ter leituras mais baixas de cetonas quando ingerem mais proteína, mas é mais importante comer uma quantidade adequada de proteína para preservar a massa corporal magra do que ter níveis terapêuticos de cetonas.
Em resumo,não se preocupe com a medida de cetonas. Existem poucos motivos para medí-las depois de simplesmente entender que a redução dos carboidratos (assumindo estilo páleo/primal LCHF) ou o Jejum Intermitente causa a lipoadaptação (e suas positivas consequências) e eventualmente produção e uso de cetonas.
Dia 9 - 15/08/2017 - 21h41 - 48h em jejum
Não tenho como aferir, mas imagino que a cetose esteja instalada. Acordei hoje às 6h e trabalhei sem interrupções até as 14h, sem nenhum sinal de cansaço ou fome (estive tão bem que nem sal eu precisei consumir, apenas bastante água). Depois fui tomar conta das crianças, e pus a filhota para dormir por volta das 20h15.
Os únicos momentos de desconforto foram quando precisei preparar a papinha para o bebê: barriga de porco, ovo, abobrinha, abóbora-cabotiá, couve-flor e cenoura. O cheiro que saiu da panela fez o estômago roncar forte. No entanto, bastou desviar a atenção para outras atividades (trocar fralda, dar banho, etc) e a fome sumiu.
A balança mostrou 1kg a menos em relação a ontem. Eu meio que já esperava isso, visto que o peso subiu muito durante o fim-de-semana (pelos motivos que expliquei anteriormente). O que me espantou mesmo foi a cintura ter encolhido 1.5cm de ontem para hoje: de 86.5 para 85cm. Eu esperava que ela voltasse aos 86cm da sexta-passada.
A maneira como o corpo libera água e queima gordura é um mistério – o Lyle McDonald tem a hipótese do "stall & whoosh" (grosseiramente traduzido como "platô e descarga"), que não tem lá grandes evidências científicas que a embasem mas que faz um certo sentido. Pela hipótese do Lyle, às vezes a perda de gordura é mascarada pela retenção de água: os adipócitos (células de gordura) se esvaziam de triglicérides mas absorvem água, de maneira que o peso e o volume totais variem pouco ou nada. Isso pode prolongar-se por tempos indefinidos (platô) até que haja uma "descarga" que libera essa água retida em pouco tempo – gerando as perdas aparentemente mágicas da noite para o dia. Essa seria uma boa justificativa para o meu 1kg que evaporou de ontem para hoje.
Medi a glicemia agora à noite, e deu 80mg/dl – bastante diferente dos 111mg/dl medidos às 48h de jejum da primeira semana. Eu atribuo isso à cetose instalada: com mais cetonas à disposição para fornecer energia, o fígado precisa produzir menos glicose para manter o corpo funcionando. Vejamos quanto vai dar na sexta-feira, quando completar 120 horas!
Tive o segundo bate-papo com a Djulye Marquato e a Flávia Trajano agora à noite, e foi muito bacana!
Dia 21 - 27/08/2017 - 22h03 - Terceiro fim-de-semana livre
Acordei com a barriga lotada - pudera, pela quantidade de carne e ovo ingerida ontem. Ao longo da manhã, gasta brincando com os filhos, o apetite foi voltando. O almoço, para variar, foi mais picanha - mas também teve linguiça :-D
Depois do almoço, finalmente instalei a TV na parede da área de churrasco. Agora já consigo ver um show enquanto a carne queima :-D
A minha filha pediu sorvete de banana, e lá fui eu fazer (sempre deixo bananas maduras, descascadas, no freezer - é só processar). Pela primeira vez nesses mais de 20 dias, tive vontade FORTE de comer algo doce. Acho que foi o cheirinho da banana madura. De qualquer maneira, como o experimento inclui ser zero carbo mesmo na quebra de jejum, resisti bravamente. Semana que vem eu como uma fruta :-D
Agora à noite, arrematei a última refeição com um prato de torresmos – agora é encarar mais uma semana de jejum (a última!). Já estou começando a desenhar o protocolo que pretendo seguir por alguns meses, depois que esse experimento acabar.
A balança marcou 65.4kg, mas a cintura encolheu um pouco: 81.5cm
Dia 22 - 28/08/2017 - 21h47 - 24h em jejum
A minha filha amanheceu com dor de ouvido, então não foi à aula. Trabalhei normalmente pela manhã, e aproveitei para formatar um notebook que estava parado. Passei a tarde brincando com as crianças, e percebi algo que não esperava durante essa quarta semana de jejum: acredito que a fome que senti foi maior que nas segundas-feiras anteriores. Não sei se é psicológico, fruto de saber que é a última...
Dia 23 - 29/08/2017 - 22h07 - 48h em jejum
Passei a manhã com as crianças (a minha filha ainda tá meio doentinha), e lá pelas 10h30 saí para uma caminhada longa empurrando o carrinho de bebê. Andei uns 4km, subindo e descendo ladeira, e cheguei a tempo de aprontar o almoço dos dois. O cheiro da comida estava tão bom que deu uma dorzinha de cabeça :-D Compensei comendo uma pitadinha de sal e caprichando na água. Passou a dor quase que imediatamente.
Fui com a esposa levar as crianças ao pediatra, e a dor de ouvido parece ser resultado de um resfriado leve. Um descongestionante teoricamente vai resolver, segundo o doutor. O filhão tá completamente saudável (se depender do tanto que ele tem comido de carne, frutas e legumes, não tem germe malvado que cresça ali :-)
Agora à noite a balança marcou 63.4kg - uma queda e tanto comparado com ontem. A cintura também encolheu de novo, para 80.5cm. Finalmente, a glicemia foi a menor que medi até então: 75mg/dl - estou quase hipoglicêmico pelos padrões convencionais :-D
Tive uma conversa bacana com a Flávia agora à noite (infelizmente a Djulye não pôde comparecer), principalmente sobre os aspectos "psi" do jejum prolongado...
Dia 24 - 30/08/2017 - 21h14 - 72h em jejum
Queria ter levado o filho ao médico hoje, mas acabou não dando. A filhota voltou à aula, depois de passar a segunda e terça se recuperando. Parece que está novinha em folha! Trabalhei normalmente pela manhã, embora tenha tido algumas interrupções com a sindicância (já falei antes, mas repito: não sejam síndicos!)
À tarde levei a filharada para passear e brincar na pracinha. Tivemos que sair um pouco às pressas porque o meu moleque resolveu fazer um #2 daqueles :-D
Tive pontadas de fome bem fortes enquanto preparava o almoço dos dois - mas já estava esperando: o terceiro dia de jejum foi o pior em todas as semanas anteriores... Pelo menos a dor de cabeça desapareceu sem deixar rastros...
A balança marcou 62.8kg agora à noite, mas a cintura não mudou: 80.5cm.
Dia 25 - 31/08/2017 - 21h36 - 96h em jejum
Noite tensa, e dia mais tenso anda. O meu filho arranjou uma virose, e teve diarréia - tava de dar dó, todo assado :-( Acabei recorrendo a um hidratante de farmácia que já tinha em casa, mas o moleque não quis tomar... insisti bastante com água, e ele foi se aprumando. Na hora do almoço, conseguiu comer ovos mexidos com carne e um tiquinho de arroz, e já não teve mais disenteria. Ufa.
Medi a glicemia agora à noite, e deu 80mg/dl – bastante diferente dos 111mg/dl medidos às 48h de jejum da primeira semana. Eu atribuo isso à cetose instalada: com mais cetonas à disposição para fornecer energia, o fígado precisa produzir menos glicose para manter o corpo funcionando. Vejamos quanto vai dar na sexta-feira, quando completar 120 horas!
Tive o segundo bate-papo com a Djulye Marquato e a Flávia Trajano agora à noite, e foi muito bacana!
Dia 10 - 16/08/2017 - 21h12 - 72h em jejum
Mais do mesmo: jornada de trabalho extensa, com uma parada para levar o carro ao mecânico. Fome zero, exceto – novamente – pela hora em que fui preparar a papinha do bebê. Aí bateu uma fome forte MESMO. Pelo menos foi rápido, logo-logo foi-se.
Continuei sem ingerir sal, e ainda bebendo muita água. Zero dor de cabeça ou cansaço.
O peso caiu mais 600g em relação a ontem: 65.8kg medidos agorinha. A cintura se manteve: 85cm
Dia 11 - 17/08/2017 - 20h51 - 96h em jejum
Como eu estou sem carro por esses dias (um bonitão resolveu subir a minha rua de ré e bateu no meu carro que saía da garagem – farol quebrado, pára-lamas e capô amassados), hoje fui levar a minha filha para o colégio de Uber. Na volta, resolvi testar tanto o joelho quando a performance física, e voltei andando a passo rápido. Dá mais ou menos 2km, que cobri em 20 minutos. Nenhum sinal de desconforto, fraqueza ou tonteira. O joelho, infelizmente, chiou um pouco :-(
O dia de trabalho teve o mesmo ritmo: jornada de umas 9 ou 10 horas, com a tarde gasta brincando com a molecada.
A balança marcou 1.1kg a menos em relação a ontem: 64.7kg. Como foi um dia quente em BH, acredito que deve ter havido uma desidratação envolvida nesse processo, mesmo eu tendo bebido muita água. A cintura também encolheu: 84cm.
Amanhã será a segunda quebra de jejum, e estou curioso para medir a glicemia antes e depois. Se anteontem estava 80, quanto estará ao fim das 120h?
Dia 12 - 18/08/2017 - 21h39 - 120h em jejum e segunda quebra
Dia puxado. Acordei às 6h para levar a filha ao colégio (novamente, fui de Uber e voltei a pé - mas com cuidado para não estressar o joelho. Funcionou!), passei a manhã cuidando do bebê (andei mais alguns quilômetros empurrando o carrinho morro acima e morro abaixo) e encarei o trabalho à tarde.
Depois de ter feito as obrigações, ainda voltei a um projeto de marcenaria que estou fazendo há algumas semanas: uma estante para guardar CDs. Sim, eu ainda tenho uns 350 CDs que ficam juntando poeira em caixas. Decidi colocá-los à vista para me estimular a ouvi-los. Foram umas 4 horas de serrote, furadeira e carregar peso.
Ao final ainda pus o filho para dormir, lavei o canil e preparei o jantar da filha. Só aí quebrei o jejum. Hoje teve músculo cozido com pimentão, ovos mexidos (váááários) e bacon. Como na quebra passada, logo após comer o estado de alerta constante baixou e deu um sono lascado. Não cheguei a dormir, mas precisei deitar por alguns minutos e curtir a preguiça.
Quase 800g de gostosura
Medi a glicemia antes da quebra, e deu 99. Confesso que foi uma surpresa: tendo dado 80 dois dias atrás, e continuando sem me alimentar, eu esperava que estivesse bem mais baixa. Por outro lado, hoje teve esforço físico bruto (empurrando o carrinho morro acima e carregando/cortando madeira) - ou seja, teoricamente os músculos precisaram de glicose e aí o fígado entrou em ação de novo produzindo combustível de queima rápida. 1h depois de quebrar o jejum a glicemia bateu 104mg/dl. Novamente, acho incrível perceber como uma refeição sem carbos praticamente não altera a glicemia.
Antes da quebra, meu peso na balança foi de 63.9kg. Ou seja, exatos 6kg a menos que 2 semanas atrás. A cintura ficou em 83cm - 6cm a menos. Curiosamente, reproduziu a regra empírica que diz que cada 1kg perdido representa 1cm a menos na cintura :-D As minhas roupas estão caindo novamente (tinham ficado justas nos últimos meses).
Outra coisa que percebi foi exatamente o efeito gordura esponjosa descrito pelo Lyle McDonald. Em alguns pontos da barriga que perderam bastante gordura, a pele ficou com um aspecto de "casca de laranja". Acredito que vai sumir com o tempo.
O balanço da 2a semana é que foi muito mais fácil que a 1a. Agora faltam somente 2 :-D
Dia 13 - 19/08/2017 - 20h21 - Segundo fim-de-semana livre
Acordei cedo para cuidar da molecada, e acabou não dando tempo de comer o café-da-manhã. Segui para a roda de capoeira às 11h, e embora não tenha jogado (ombro e joelho, sempre eles!), toquei e cantei até quase 14h. Depois encontrei a esposa e as crianças no clube, e aproveitei para desjejuar com uma bela porção de lombo acebolado, seguido de outra de fígado (também acebolado)
Infelizmente esqueci de tirar foto do fígado...
Voltando do clube, ataquei novamente a construção da prateleira de CDs. Praticamente acabei o serviço, agora é questão de colocar todos os discos em ordem e arrumar.
Por conta do monte de carne à tarde, estou sem fome até agora. Me pesei, e deu 67kg e 84.5cm de cintura - ou seja, ganhei 3.1kg e 1.5cm de cintura de ontem para hoje. Novamente, relembro que é óbvio que isso não foi tudo de gordura. Tem o conteúdo intestinal (#2!) e a retenção hídrica causada pelo sal que ingeri junto com a carne. Segue o barco!
Dia 14 - 20/08/2017 - 22h34 - Segundo fim-de-semana livre
Chego hoje à metade do experimento. Sinceramente, tem sido mais fácil do que eu imaginei - apesar de que "mais fácil" não quer dizer "fácil". O mais complicado não é a fome em si, mas a auto-pressão psicológica para comer. Ver os outros comendo, ter comida em casa, e optar por não atacá-la. Requer um bocadinho de auto-controle, mas já descobri que o segredo é distrair a mente. Deu aquela vontade de comer ou veio aquela onda de fome? Vá passear, carregue algo pesado, arrume um quarto bagunçado. Em geral, some.
Hoje eu passei literalmente a manhã INTEIRA colocando CDs e DVDs em ordem alfabética, colocando os discos na embalagem certa (sabe aquelas festas em que a galera tira seus CDs de uma capa e coloca em outra? Pois é, já passei por muitas dessas e nunca tinha arrumado).
Só sei que deu um trabalho da peste, mas valeu a pena. Meus CDs estavam engavetados há anos e anos, por culpa dos MP3 e Spotify da vida. Hoje eu ouvi coisas que não ouvia literalmente há mais de 10 anos, como Kula Shaker, Tavinho Moura e Ben Harper. Muitas saudades foram mortas :-D
Parece que está torta, mas na verdade a foto é que está torta :-D
O almoço foi picanha, e ponto. Só para não dizer que não teve acompanhamento, eu usei chimichurri com azeite na hora de servir.
A dupla dinâmica: picanha e sal
Na balança, o peso não mudou em relação a ontem: 67kg. A cintura murchou um pouco, voltando para os 84cm.
Agora à noite comi um resto de barriga de porco, alguns ovos mexidos e estou encerrando o dia. Amanhã começa o jejum de novo!
Dia 15 - 21/08/2017 - 21h32 - 24h em jejum
Mais um dia corrido... Levei a filha ao colégio, voltei a pé para casa. Trabalhei a manhã toda, cortei o cabelo e busquei a filha. Depois do almoço (fiquei só observando :-), fui com as crianças levar o carrinho de compras da casa para trocar as rodas. Aproveitamos para passar pela academia de kung fu (a filhota quer aprender), mas estava fechada. Na volta, fui buscar o carro no conserto e só em casa descobri que o farol alto do lado do motorista está queimado. Tenso. Agora à noite, para-casa com a filha, banho, um pouco de Thundercats e cama :-D
A fome só apertou um pouco quando estava servindo a comida do bebê. Hoje o rango dele foi de barriga de porco e batata-inglesa. Inchei de orgulho quando a esposa me contou que ele "só quer comer carne e não quer saber de frutas". Hahaha. Mas acho que é só questão de qual fruta mesmo... A sobremesa do jantar foram pedacinhos de manga madurinha, e ele comeu até.
A balança marcou 66.2kg, e a cintura já baixou para 83.5cm.
Dia 16 - 22/08/2017 - 20h46 - 48h em jejum
Mais um dia cheio... Levei o carro para trocar a lâmpada do farol, e na volta para casa a esposa me alertou que estava havendo um barulho estranho do lado do motorista. Descobri que havia um parafuso encravado no pneu. Tenso: tinha trocado os 4 pneus em dezembro. Toca para o borracheiro, que resolveu com um material esquisito enfiado no furo para vedar. Ao menos não perdi o pneu.
Ainda fui à fisioterapia, e depois levei umas bolsas e sapatos para consertar. Tudo isso empurrando o carrinho de bebê morro acima e morro abaixo. No meio do caminho encontrei um pé de pitanga carregado (há vários aqui no bairro), e sendo descendentes de caçadores-coletores, não poderíamos deixar de aproveitar a oportunidade de consumir calorias de graça :-D Apresentei a fruta ao filhote, e ele adorou. Eu, obviamente, não comi.
Se não tomar cuidado com o dedo, fica sem ele!
Ainda busquei a filha no colégio e preparei almoço para os dois. Novamente, lágrimas ao sentir o cheiro da carne :-D
À tarde, rotina de trabalho normal - e estou até agora na labuta. Acabo de medir a glicemia, e deu 81mg/dl. Dado o ocorrido na sexta passada, eu achei que fosse estar mais alta - afinal, o esforço de empurrar o bebê ladeira acima foi bem considerável.
A balança, no entanto, mostrou uma queda de 1.3kg em relação a ontem. Estou pesando 64.9kg. A cintura também baixou para 82cm.
Dia 17 - 23/08/2017 - 20h02 - 72h em jejum
Hoje foi dia de suplício: depois de levar a filha ao colégio, fui comprar - e preparar carne. Deixei a picanha no freezer para a quebra de jejum no fim-de-semana, mas preparei linguiça de pernil e barriga de porco assadas. O cheiro que saiu foi de fazer chorar :-D
Dia 17 - 23/08/2017 - 20h02 - 72h em jejum
Hoje foi dia de suplício: depois de levar a filha ao colégio, fui comprar - e preparar carne. Deixei a picanha no freezer para a quebra de jejum no fim-de-semana, mas preparei linguiça de pernil e barriga de porco assadas. O cheiro que saiu foi de fazer chorar :-D
Ainda consegui trabalhar boa parte da manhã, mesmo tendo que atuar como síndico do prédio (dica: nunca seja síndico(a) do seu prédio). À tarde, fiquei com as crianças e improvisei com a filhota uma partida de "frescobol" usando raquetes de ping-pong e bolinhas da piscina de bolinhas do bebê. Incrível como a fome desaparece COMPLETAMENTE quando se faz algum exercício físico - e vou te dizer: a "partida" durou mais de 1 hora e me deixou ofegante.
Fato notável: antes do frescobol, eu estava sentado/deitado no chão e tive que me levantar rapidamente para evitar que o bebê mexesse onde não devia. Veio uma tontura DAQUELAS, e precisei parar alguns segundos para me aclimatar e equilibrar de novo. Estatisticamente é pouco para dizer que "foi culpa do jejum", no entanto eu já vi outras pessoas relatarem algo parecido. Como só ocorreu uma vez, não me preocupou.
Seguindo a progressão histórica, hoje, terceiro dia de jejum da semana, foi o mais difícil. Vejamos se amanhã vai ser mais tranquilo. Nada de fome destruidora, mas as pontadas vieram com mais frequência - talvez pelo cheiro maravilhoso que ficou na casa por boa parte do dia, depois de assadas as carnes. Como aqui em BH esfriou de novo, mantive as janelas fechadas...
A balança marcou 63.9kg - exatamente 1kg a menos que ontem. A cintura manteve-se estável em 82cm.
Infelizmente, ontem não consegui falar com a Djulye e a Flávia. Vejamos se nesse restinho de semana conseguimos encaixar nossas agendas...
Dia 18 - 24/08/2017 - 21h22 - 96h em jejum
Hoje eu fiz questão de botar o corpo à prova. Pela manhã, fui passear com o meu filho aqui pelo bairro (Santa Teresa), e embora não seja nem de longe o mais íngreme de BH, tem umas ladeiras bem inclinadas. Pois bem, foram essas que escolhi para empurrar o carrinho morro acima a passo rápido, e também para segurá-lo nas descidas.
O processo de grande esforço durou uns bons 30 minutos, com outros 30-45 andando no plano a passo lento. Deu para perceber o quanto estou fora de forma, mas ao mesmo tempo, considerando os 4 dias sem comer nadinha, nada do que tinham me alertado aconteceu: não desmaiei, não tive tonturas, não senti fraqueza. A respiração ficou bem ofegante, e foi tudo.
Ainda brinquei com o bebê o resto da manhã, busquei a filha no colégio, trabalhei a tarde inteira e ainda fui resolver compromissos no centrão lá pelas 17h.
Como eu já tinha comentado, a quarta-feira (ontem, 3o dia de jejum dessa semana) foi o mais dia mais difícil. As pontadas de fome hoje quase não vieram, aparecendo levemente quando preparei um caldo de feijão com bacon para a família.
A balança caiu mais um pouco: 63.4kg. A cintura encolheu mais 1cm, chegando aos 81cm. Estou curioso para medir a minha glicemia amanhã antes e depois da quebra.
Dia 19 - 25/08/2017 - 20h09 - 120h em jejum e terceira quebra
Levei a filha ao colégio e tentei trabalhar pela manhã – não deu muito certo por causa dos afazeres de síndico (dica: jamais sejam síndicos). Houve um entupimento em um apartamento vazio, e retornou água de esgoto pela pia da cozinha. Chamei a desentupidora, sobe escada, desce escada, abre a caixa de gordura, sobe escada, desce escada, etc.
Na parte da tarde, fiquei cuidando do bebê e aproveitei para fazer uma guerra de bolinhas com a filha. Acabamos todos deitados no chão, sem fôlego.
Lá pelo fim da tarde, fui com o filhão buscar umas malas e sapatos que tinha deixado para recauchutar. Sobe ladeira, 5 quarteirões. Quando cheguei na porta, TCHARAM!, esqueci o dinheiro e o cara não aceita cartão. Desce ladeira, 5 quarteirões, pega o dinheiro, sobe ladeira, 5 quarteirões.
Pelo menos achamos outro pé de pitanga carregado no caminho, e o moleque se esbaldou. Eu fiquei só observando.
Fatos notáveis: passamos perto de um açougue, e o cheiro de carne crua me fez salivar. Embora eu adore carne, isso nunca tinha acontecido antes.
As medidas antes da quebra de jejum foram: 62.5kg (900g a menos que ontem) e 81cm de cintura (não se alterou). A glicemia deu 79mg/dl.
A quebra de jejum teve barriga de porco assada, linguiça de pernil e ovos mexidos apimentados, acompanhados de um copão de água gelada. Caiu bem, muito bem. E outro fato notável: dessa vez não tive a lombeira nem a vontade de dormir que aconteceu nas outras duas quebras. Vai saber porque...
Medi a glicemia 1h depois de comer, e deu 85mg/dl. Nada como uma refeição zero carbo para NÃO alterar a glicemia :-D
Ah, um último fato notável: misteriosamente, tive alguns gases hoje. Achei estranho, dado que não comia nada (e portanto, nada de fibras ou qualquer material fermentável) desde domingo à noite. O último #2 foi na terça, se não me engano. Ainda mais estranho: os gases foram completamente sem cheiro. Parece aquela piada em que a velhinha fala com o médico "Doutor, meus puns não têm cheiro nem fazem barulho. Só depois que entrei no consultório já soltei uns cinco", e o médico responde "Primeiro vamos tratar do seu nariz, depois dos seus ouvidos" :-D Não sei de onde esses gases vieram, mas não incomodaram em nada. Estou curioso para pesquisar o efeito de jejuns longos sobre a microbiota intestinal, conforme o Paulo Rigler comentou aqui no post... Sabemos que se dermos comida ruim para ela, causamos o caos. Mas e se não dermos nada, o que acontece?
A sensação que tenho ao olhar no espelho é de que ganhei um pouco de músculos - o que é obviamente impossível, já que não comi e nem malhei. Mas como o Andy Morgan diz, "a maneira mais fácil de parecer que você ganhou 5kg de músculos é perder 5kg de gordura" :-D
No fim das contas, achei essa semana mais fácil que a anterior. Agora já se foram 3/4 do teste. Que venha o resto!
Dia 20 - 26/08/2017 - 21h45 - Terceiro fim-de-semana livre
Mesmo não estando com muita fome, fiz questão de fazer um desjejum com ovos mexidos. Saí cedo de casa para resolver coisas no centro da cidade, e andei até quase meio-dia. Na volta, churrasco de picanha! A minha esposa está doente, então passei o resto do dia cuidando da molecada e agora à noite teve mais picanha :-D
Dia 18 - 24/08/2017 - 21h22 - 96h em jejum
Hoje eu fiz questão de botar o corpo à prova. Pela manhã, fui passear com o meu filho aqui pelo bairro (Santa Teresa), e embora não seja nem de longe o mais íngreme de BH, tem umas ladeiras bem inclinadas. Pois bem, foram essas que escolhi para empurrar o carrinho morro acima a passo rápido, e também para segurá-lo nas descidas.
O processo de grande esforço durou uns bons 30 minutos, com outros 30-45 andando no plano a passo lento. Deu para perceber o quanto estou fora de forma, mas ao mesmo tempo, considerando os 4 dias sem comer nadinha, nada do que tinham me alertado aconteceu: não desmaiei, não tive tonturas, não senti fraqueza. A respiração ficou bem ofegante, e foi tudo.
Ainda brinquei com o bebê o resto da manhã, busquei a filha no colégio, trabalhei a tarde inteira e ainda fui resolver compromissos no centrão lá pelas 17h.
Como eu já tinha comentado, a quarta-feira (ontem, 3o dia de jejum dessa semana) foi o mais dia mais difícil. As pontadas de fome hoje quase não vieram, aparecendo levemente quando preparei um caldo de feijão com bacon para a família.
A balança caiu mais um pouco: 63.4kg. A cintura encolheu mais 1cm, chegando aos 81cm. Estou curioso para medir a minha glicemia amanhã antes e depois da quebra.
Dia 19 - 25/08/2017 - 20h09 - 120h em jejum e terceira quebra
Levei a filha ao colégio e tentei trabalhar pela manhã – não deu muito certo por causa dos afazeres de síndico (dica: jamais sejam síndicos). Houve um entupimento em um apartamento vazio, e retornou água de esgoto pela pia da cozinha. Chamei a desentupidora, sobe escada, desce escada, abre a caixa de gordura, sobe escada, desce escada, etc.
Na parte da tarde, fiquei cuidando do bebê e aproveitei para fazer uma guerra de bolinhas com a filha. Acabamos todos deitados no chão, sem fôlego.
Cenas de devastação nuclear
Lá pelo fim da tarde, fui com o filhão buscar umas malas e sapatos que tinha deixado para recauchutar. Sobe ladeira, 5 quarteirões. Quando cheguei na porta, TCHARAM!, esqueci o dinheiro e o cara não aceita cartão. Desce ladeira, 5 quarteirões, pega o dinheiro, sobe ladeira, 5 quarteirões.
Pelo menos achamos outro pé de pitanga carregado no caminho, e o moleque se esbaldou. Eu fiquei só observando.
Fatos notáveis: passamos perto de um açougue, e o cheiro de carne crua me fez salivar. Embora eu adore carne, isso nunca tinha acontecido antes.
As medidas antes da quebra de jejum foram: 62.5kg (900g a menos que ontem) e 81cm de cintura (não se alterou). A glicemia deu 79mg/dl.
A quebra de jejum teve barriga de porco assada, linguiça de pernil e ovos mexidos apimentados, acompanhados de um copão de água gelada. Caiu bem, muito bem. E outro fato notável: dessa vez não tive a lombeira nem a vontade de dormir que aconteceu nas outras duas quebras. Vai saber porque...
A pele estava crocante :-P
Medi a glicemia 1h depois de comer, e deu 85mg/dl. Nada como uma refeição zero carbo para NÃO alterar a glicemia :-D
Ah, um último fato notável: misteriosamente, tive alguns gases hoje. Achei estranho, dado que não comia nada (e portanto, nada de fibras ou qualquer material fermentável) desde domingo à noite. O último #2 foi na terça, se não me engano. Ainda mais estranho: os gases foram completamente sem cheiro. Parece aquela piada em que a velhinha fala com o médico "Doutor, meus puns não têm cheiro nem fazem barulho. Só depois que entrei no consultório já soltei uns cinco", e o médico responde "Primeiro vamos tratar do seu nariz, depois dos seus ouvidos" :-D Não sei de onde esses gases vieram, mas não incomodaram em nada. Estou curioso para pesquisar o efeito de jejuns longos sobre a microbiota intestinal, conforme o Paulo Rigler comentou aqui no post... Sabemos que se dermos comida ruim para ela, causamos o caos. Mas e se não dermos nada, o que acontece?
A sensação que tenho ao olhar no espelho é de que ganhei um pouco de músculos - o que é obviamente impossível, já que não comi e nem malhei. Mas como o Andy Morgan diz, "a maneira mais fácil de parecer que você ganhou 5kg de músculos é perder 5kg de gordura" :-D
No fim das contas, achei essa semana mais fácil que a anterior. Agora já se foram 3/4 do teste. Que venha o resto!
Dia 20 - 26/08/2017 - 21h45 - Terceiro fim-de-semana livre
Mesmo não estando com muita fome, fiz questão de fazer um desjejum com ovos mexidos. Saí cedo de casa para resolver coisas no centro da cidade, e andei até quase meio-dia. Na volta, churrasco de picanha! A minha esposa está doente, então passei o resto do dia cuidando da molecada e agora à noite teve mais picanha :-D
A balança marcou 64.8kg – esperado, já que comi uma montanha de carne e ainda não teve o #2. A cintura também "cresceu" 1cm, chegando aos 82.
Dia 21 - 27/08/2017 - 22h03 - Terceiro fim-de-semana livre
Acordei com a barriga lotada - pudera, pela quantidade de carne e ovo ingerida ontem. Ao longo da manhã, gasta brincando com os filhos, o apetite foi voltando. O almoço, para variar, foi mais picanha - mas também teve linguiça :-D
Depois do almoço, finalmente instalei a TV na parede da área de churrasco. Agora já consigo ver um show enquanto a carne queima :-D
A minha filha pediu sorvete de banana, e lá fui eu fazer (sempre deixo bananas maduras, descascadas, no freezer - é só processar). Pela primeira vez nesses mais de 20 dias, tive vontade FORTE de comer algo doce. Acho que foi o cheirinho da banana madura. De qualquer maneira, como o experimento inclui ser zero carbo mesmo na quebra de jejum, resisti bravamente. Semana que vem eu como uma fruta :-D
Agora à noite, arrematei a última refeição com um prato de torresmos – agora é encarar mais uma semana de jejum (a última!). Já estou começando a desenhar o protocolo que pretendo seguir por alguns meses, depois que esse experimento acabar.
A balança marcou 65.4kg, mas a cintura encolheu um pouco: 81.5cm
Dia 22 - 28/08/2017 - 21h47 - 24h em jejum
A minha filha amanheceu com dor de ouvido, então não foi à aula. Trabalhei normalmente pela manhã, e aproveitei para formatar um notebook que estava parado. Passei a tarde brincando com as crianças, e percebi algo que não esperava durante essa quarta semana de jejum: acredito que a fome que senti foi maior que nas segundas-feiras anteriores. Não sei se é psicológico, fruto de saber que é a última...
Fato é que preparar a refeição que a filha pediu ("ovinhos mexidos com gordura de porco") fez o estômago roncar alto. Mas resisti bravamente :-D
Agora à noite a balança marcou 64.8kg, mas a cintura cresceu novamente e voltou para 82cm. Não faço idéia do que pode ter provocado isso, já que continuo em jejum e não consumi nem sal hoje.
Dia 23 - 29/08/2017 - 22h07 - 48h em jejum
Passei a manhã com as crianças (a minha filha ainda tá meio doentinha), e lá pelas 10h30 saí para uma caminhada longa empurrando o carrinho de bebê. Andei uns 4km, subindo e descendo ladeira, e cheguei a tempo de aprontar o almoço dos dois. O cheiro da comida estava tão bom que deu uma dorzinha de cabeça :-D Compensei comendo uma pitadinha de sal e caprichando na água. Passou a dor quase que imediatamente.
Fui com a esposa levar as crianças ao pediatra, e a dor de ouvido parece ser resultado de um resfriado leve. Um descongestionante teoricamente vai resolver, segundo o doutor. O filhão tá completamente saudável (se depender do tanto que ele tem comido de carne, frutas e legumes, não tem germe malvado que cresça ali :-)
Agora à noite a balança marcou 63.4kg - uma queda e tanto comparado com ontem. A cintura também encolheu de novo, para 80.5cm. Finalmente, a glicemia foi a menor que medi até então: 75mg/dl - estou quase hipoglicêmico pelos padrões convencionais :-D
Tive uma conversa bacana com a Flávia agora à noite (infelizmente a Djulye não pôde comparecer), principalmente sobre os aspectos "psi" do jejum prolongado...
Dia 24 - 30/08/2017 - 21h14 - 72h em jejum
Queria ter levado o filho ao médico hoje, mas acabou não dando. A filhota voltou à aula, depois de passar a segunda e terça se recuperando. Parece que está novinha em folha! Trabalhei normalmente pela manhã, embora tenha tido algumas interrupções com a sindicância (já falei antes, mas repito: não sejam síndicos!)
À tarde levei a filharada para passear e brincar na pracinha. Tivemos que sair um pouco às pressas porque o meu moleque resolveu fazer um #2 daqueles :-D
Tive pontadas de fome bem fortes enquanto preparava o almoço dos dois - mas já estava esperando: o terceiro dia de jejum foi o pior em todas as semanas anteriores... Pelo menos a dor de cabeça desapareceu sem deixar rastros...
A balança marcou 62.8kg agora à noite, mas a cintura não mudou: 80.5cm.
Dia 25 - 31/08/2017 - 21h36 - 96h em jejum
Noite tensa, e dia mais tenso anda. O meu filho arranjou uma virose, e teve diarréia - tava de dar dó, todo assado :-( Acabei recorrendo a um hidratante de farmácia que já tinha em casa, mas o moleque não quis tomar... insisti bastante com água, e ele foi se aprumando. Na hora do almoço, conseguiu comer ovos mexidos com carne e um tiquinho de arroz, e já não teve mais disenteria. Ufa.
Não sei se por conta da preocupação, mas eu tive uma dor de cabeça leve também. Mandei umas pitadas de sal e bastante água para dentro, e tudo se resolveu.
Confesso que hoje senti uma certa letargia - algo que não me acontecia desde o início do experimento. Por exemplo, o sapateiro fica a 5 quarteirões morro acima - essa semana eu já tinha ido lá duas vezes. Hoje precisei ir de novo, mas apelei para o carro :-D
Ontem à noite tive uma conversa com o coach Felipe Piacesi e estou decidido a adotar um protocolo de treino a partir da semana que vem. Hora de retomar velhos hábitos!
Hoje reestoquei a despensa com coco ralado, linhaça, castanhas de caju, azeitonas, passas e cacau em pó. Vamos ver como fica o cardápio quando o experimento terminar!
A balança marcou 62.3kg, e a cintura caiu para 80cm redondos. Amanhã vou fazer uma nova bioimpedância para marcar o fim do teste, bem como a medição final de glicemia (em jejum e pós-prandial).
Dia 26 - 01/09/2017 - 20h35 - 120h em jejum e quarta quebra
Game over!
Dia 26 - 01/09/2017 - 20h35 - 120h em jejum e quarta quebra
Game over!
O meu auto-experimento chegou ao fim agora à noite. Depois de completadas 4 semanas de jejum 120/48, a balança mostrou 61.3kg e a cintura marcou 79cm.
Isso implica literalmente 8.6kg e 10cm a menos que no início. Fiz uma segunda bioimpedância hoje, e ela marcou 17%. Como eu havia discutido com a Djulye láááá no início, e levando em conta a inspeção visual, duvido desse resultado inicial. Fiz a avaliação usando o calculador da marinha americana, e cheguei em 14% - muito mais parecido com o que a inspeção visual aponta.
(Perdi massa magra também? Certamente! Mas acredito que não foi muita, ou ao menos nada perceptível na minha força cotidiana.)
(Perdi massa magra também? Certamente! Mas acredito que não foi muita, ou ao menos nada perceptível na minha força cotidiana.)
Acabou que hoje o dia foi corrido: levei a filha ao colégio, depois fui com a esposa levar o filho para vacinar (febre amarela), em seguida fui à fisioterapia (onde fiz a bioimpedância), busquei a filha no colégio e deixei na casa da vovó (foram para sítio), fiz compras à tarde, coloquei o filho para dormir e agora é trabalhar ;-)
A surpresa do dia foi para a glicemia, que em jejum de 120h marcou 77mg/dl, e 1h após comer (barriga de porco, músculo e ovo) caiu para 75mg/dl. É um efeito razoavelmente comum em pessoas que praticam low-carb (a glicemia em jejum ser mais alta do que após o desjejum), mas ao longo do meu experimento ela nunca tinha acontecido.
Bem, e o que aprendi disso tudo? A verdade é que eu precisava rever meus próprios conceitos. Conforme comentei nos bate-papos com a Flávia e a Djulye, e NUNCA saio da dieta. Nunca como lixo. Mas abusar da comida de verdade é uma coisa fácil, e simples... Certamente os 8kg que ganhei desde que o meu filho nasceu não foram somente por causa da falta de sono - pensar assim seria tapar o sol com a peneira.
Teve muita salada de fruta, muito mel, muito creme de leite (que é bem insulinogênico) e muito álcool envolvido no processo. Foi como se, uma vez tendo consciência do que comer ou não comer, eu simplesmente tivesse me dado carta branca para comer muito mais carboidratos e calorias do que preciso.
Fato: depois desse "reboot", tomei algumas decisões... A primeira delas é retomar uma dieta paleo low-carb, e não apenas paleo ;-) A segunda é voltar a malhar: o ombro ainda está ruim, o joelho em vias de ficar bom - mas o corpo não é apenas um joelho e um ombro... Certamente tem muito mais que eu consigo fazer por mim (e tiro isso pela minha rotina: hoje eu trabalho entre 4 e 8 horas por dia, e fico 4 horas com meus filhos... mas não consigo 15 minutos para fazer um treino em casa? Hipocrisia, né?).
A partir de segunda-feira, vou inaugurar meu novo protocolo. A coisa vai se proceder assim:
- Segunda-feira: jejum
- Terça: almoço, low-carb
- Quarta: almoço, low-carb
- Quinta: almoço, low-carb
- Sexta: jantar, carbos à vontade
- Sábado: livre
- Domingo: livre
Assim terei 2 jejuns 36/12 e 3 jejuns 24/0 durante a semana. Moleza :-D
Além disso, os treinos vão acontecer entre terça e sábado. Provavelmente ficarei com um treino leve nas primeiras semanas, enquanto o joelho se apruma. Depois, o pau quebra... Vou tentar manter um diário, mas não garanto.
Para fechar, o comparativo final ficou assim:
E é isso! Tenho consciência plena de que jejum de duração nenhuma é essencial para a perda de peso, mas esse experimento me ajudou a colocar as coisas em perspectiva novamente. Aprendi a não mentir para mim mesmo, aprendi a honrar um compromisso público, e (re)aprendi que se eu tratar o meu corpo direito ele vai me dar o resultado que eu quero.
A evolução no espelho
07/08
69.2kg
|
08/08
68.3kg
|
09/08
67.7kg
|
10/08
66.4kg
|
11/08
65.9kg
|
12/08
68.4kg
|
13/08
69.5kg
|
14/08
67.4kg
|
15/08
66.4kg
|
16/08
65.8kg
|
17/08
64.7kg
|
18/08
63.9kg
|
19/08
67kg
|
20/08
67kg
|
21/08
66.2kg
|
22/08
64.9kg
|
23/08
63.9kg
|
24/08
63.4kg
|
25/08
62.5kg
|
26/08
64.8kg
|
27/08
65.4kg
|
28/08
64.8kg
|
29/08
63.4kg
|
30/08
62.8kg
|
31/08
62.3kg
|
01/09
61.3kg
|
Comentários
Postar um comentário