Aprendi a confiar no meu corpo

O Hilton postou, aqui mesmo, uma tradução muito interessante e que resume muito da minha história de vida, afinal sou uma destas pessoas não-celíacas cuja saúde mudou quando retirou o glúten. Alguns sintomas eram do trigo, mas uns tantos outros eram do glúten em si.

Como descobri? Entrei para o mundo low-carb/paleo porque estava pelo menos 26kg acima do meu peso aceitável e porque o marido, também com 35, 40kg a mais, precisava tratar um "princípio de esteatose hepática". No início, durante aproximadamente uns 2 meses antes da low-carb/paleo, fazíamos uma dieta "frankenstein" qualquer, restrição "calórica", 3 em 3 horas, "carbos integrais saudáveis", baixa ingestão de gordura, frutas sozinhas como "lanches" e "1 dia livre" na semana. Por indicação de uma amiga, troquei o pão por tapioca, passei a consumir trigo esporadicamente, nos tais "dias do lixo", e algumas mudanças começaram a acontecer.

De repente, eu, que sempre tive nádegas, coxas, mãos e pés gelados, a ponto de precisar de bolsas de água quente nos pés para conseguir dormir, era uma pessoa homeotermica novamente. Agora tinha a capacidade de me esquentar sozinha, ou seja, o coitado do marido não penava com meus pés gelados nas coxas dele :-). E podia tomar café puro, usar vinagre na salada, comer pepino em conserva, abacaxi, chupar limão com sal, de estômago vazio e sem sentir azia. E minhas idas ao banheiro eram muito mais suaves. E tinha mais disposição. E menos vontade de comer o tempo todo. E menos ansiedade.

Neste meio tempo, pesquisando sobre "dieta e exercícios" (a criatividade para fazer os tais "lanches" para "comer de 3 em 3 horas" estava acabando :-), conheci o Q48 e o Vinícius Possebon, que me levou ao Rodrigo Polesso, à Lara Nesteruk, Dr. Souto, Paty Ayres, Paleodiário... Bem, o mundo se abriu pra mim. 

Adotei a low-carb/paleo "a la Júci" (nunca deixei de consumir feijão e arroz, por exemplo. Porém fiz muitos ajustes em relação a quantidades, em volume e em vezes na semana) como "estilo de vida", era disciplinada durante a semana, e eventualmente, uma vez por mês, consumia cerveja, pizza, um pãozinho de mel. 

Diminuir o consumo me trouxe muitos benefícios, mas só tive a dimensão do quanto era afetada em dois aspectos, que sempre considerei um "azar" e que jamais teria relacionado ao glúten. Quando fiquei 3 meses "limpa": a desidrose nos pés (bolhinhas de "água", que coçam e escamam, podendo infeccionar e ficar realmente perigosas, além de esteticamente um horror) e uma ferida áspera no cotovelo, que nunca sarava, não importa o quanto eu a esfoliasse, e às vezes sangrava (um começo de psoríase, ao que tudo indica) diminuíram muito, a pele no cotovelo afetado estava normal, fina, mas sem lesão. Foi tomar uma latinha de cerveja e, bingo: dentro de duas semanas voltaram algumas bolhas nos pés e um recomeço do velho grosseirão no cotovelo.

Hoje, não tenho dúvidas que glúten é péssimo pra mim. E os "espertalhões" que digam o que quiserem: aprendi a confiar no meu corpo, eu lhe dou comida de verdade e ele me fala tudo o que preciso saber, cabe a mim escutá-lo e respeitá-lo. No mais, nada que uma Cara de Alface não resolva, não é mesmo?

Ah, claro: eu, 20kg eliminados. O marido, 30. Em 10 meses. Sem passar fome e sem "exercícios" (além dos da correria normal do dia-a-dia). Este é o primeiro inverno que passei sem engordar um grama sequer. Ainda faltam alguns quilos, e não estou preocupada com o tempo: agora que sei o caminho, mais dia, menos dia, eu chego lá. E sei como manter. Obrigada a todos, em especial ao www.paleodiario.com, que me ajudou muito com os conceitos do estilo "Paleo-ense" e com a tradução de artigos valiosos, e ao blog do Dr. Souto, o www.lowcarb-paleo.com.br.

Não tem foto minha, mas tem das minhas calças: 
de 46 para 40, e rumo ao 38 :-D

Juciane

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