Diabetes, uma ameaça silenciosa à economia americana

Artigo traduzido por Hilton Sousa. O original está aqui.

Só relembrando, o caminho que os americanos já trilharam na estrada do diabetes, é o mesmo que estamos (e o resto do mundo) trilhando nesse instante.




por Kelly Close

Flying MoneyA obesidade custa caro. Este fato está claro nas pesquisas e dados históricos. Alguns dos custos são surpreendentes (US$2.5 bilhões em gasolina desperdiçada). Outros representam injustiça real (mulheres negras obesas ganham 34% menos que o resto dos trabalhadores). E outros custos ainda são universais (mais de US$8 bilhões perdidos com uma força de trabalho menos produtiva);

Mas por mais significantes que estas quantidades diversas sejam, elas são quase irrelevantes quando comparadas aos custos resultantes do tratamento de saúde que resultam da obesidade. US$316 bilhões em 2010. Só essa quantia – que chega a US$3.500 por americano – é forte o suficiente. US$10 por segundo, US$601 por minuto, US$36.060 por hora.

Mas tal valor – estimado pelo Prof. John Crowley da Universidade Cornell – mascara duas tendências ainda mais fortes e preocupantes. Primeiro, a vasta maioria dos custos de saúde citados estão associados e motivados pela epidemia de diabetes tipo 2, a proporção assombrosa da qual é quase certamente maior do que podemos imaginar. E segundo, estes custos estão aumentando mais rápido do que imaginamos. Exponencialmente. Aumentada em 48% em 5 anos, sem sinal de desaceleração.

E com o número de diagnósticos de diabetes previsto para crescer de 24 para 44 milhões de pessoas em 2034, o efeito composto dos custos aumentados e a prevalência da doença resulta não apenas numa questão de saúde pública, mas numa crise nacional. A diabetes custa à nossa nação mais que a soma de todos os conflitos americanos desde a II Guerra, de acordo com o Serviço de Pesquisa do Congresso. Esta analogia é pertinente, porque representa a maneira como deveríamos pensar sobre o problema: como um desafio nacional (isso para não falar do aspecto internacional) que vai afetar cada pessoa e ameaçar o nosso estilo de vida.

Se colocarmos de lado os paralelos em termos de sofrimento humano em massa, as implicações de custo da epidemia de diabetes ameaçam nossa sobrevivência econômica mais do que qualquer desafio internacional que já tenha aparecido. Certamente, em termos de escala e urgência, a crise por vir está na mesma liga dos desafios ambientais que enfrentaremos nas próximas décadas – uma história similar na qual fechamos nossos olhos e ouvidos e nos recusamos a fazer mudanças de curto-prazo que poderiam resultar em ganhos sérios no longo-prazo.

A conversa nacional acerca do diabetes é inadequada em relação às consequências da epidemia. É uma diâmica complexa que situa-se na interseção da psicologia humana, vontade política (ou falta dela) e a aparentemente ilusiva natureza das soluções.

Consciência é um passo inicial crítico. A Fundação diaTribe, que eu presido, está primariamente devotada a informar e empoderar todos aqueles potencialmente afetados pelo diabetes e pré-diabetes. E vamos ser claros – estou falando de cada americano individualmente.

Mas a solução potencial para as implicações dos custos maciços pode também estar na economia. A prevenção, e primariamente a promoção de estilos de vida mais saudáveis, é melhor atingida quando um incentivo financeiro é um componente – seja através de programas de incentivo ao fitness em locais de trabalho agradáveis, taxas que dissuadam as pessoas de fazer escolhas não-saudáveis, ou a necessidade desesperada de garantir que comidas mais saudáveis estejam disponíveis a preços competitivos. Nós não vivemos num ambiente que motiva as pessoas a fazer as escolhas corretas de alimentos e atividade física. Como solução, a escolha saudável tem que ser a escolha fácil.

Pode estar também nos centros econômicos e de inovação da nova economia, que soluções para o diabetes sejam encontradas. Além dos avanços tradicionais (embora caros) na prevenção e cuidados com o diabetes, é encorajador notar que iniciativas como o Google X ou o recentemente introduzido Apple ResearchKit vejam o diabetes como uma nova fronteira, pronta para investimento tecnológico e que pode produzir ganhos sociais significativos. Omada e DPS Health estão ambas trabalhando para democratizar a prevenção ao diabetes, usando doses saudáveis de tecnologia possivelmente escalável. Tais inovações ajudam as pessoas a baixar seus custos através de um gerenciamento da saúde mais efeitvo, e talvez até munam os médicos com os dados necessários para intervir antes que seja tarde demais. Não é uma panacéia, mas certamente é um início, e o que precisamos é de abordagens espertas e multi-facetadas para estes problemas social de larga escala.

Os custos da obesidade podem não ser surpreendentes, mas basta cavar um pouco e precebe-se que os custos do diabetes é que são realmente chocantes. Eles falam sobre a necessidade urgente de uma conversa nacional sobre soluções – um New Deal atual para endereçar uma ameaça tão real quanto qualquer outra que nosso país já tenha enfrentado. Temos orgulho de uma história de superações de desafios nacionais, e todas as razões para crer que podemos derrubar o diabetes. Mas precisamos reconhecê-lo como a crise que é, e começar a endereçá-lo apropriadamente, agora.

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