As 7 top tendências paleo emergentes

Artigo traduzido por Hilton Sousa. O original está aqui.

por Mark Sisson

As coisas estão mudando. Você pode jogar uma pedra em qualquer direção e acertar um box de CrossFit, uma loja da Whole Foods ou (aos domingos) uma feira de produtores rurais. As pessoas já ouviram falar de paleo e a maioria dos lugares tem uma salada decente no menul. Virar primal não é mais tão estranho ou alientante. Agora que o status quo está se alinhando com a gente, é hora de olhar para o horizonte. Quais são as tendências emergentes na maneira paleo/primal de pensar, que vão explodir e nos empurrar para a frente ? E o mundo está mudando de maneira útil para no nosso estilo de vida ?

Vejamos as 7 top tendências emergentes.

A adoção de alimentos proibidos

O GoogleTrends é uma indicação forte da maneira de pensar contemporânea. Menções no Twitter, visitas e vendas também. Mas quando uma firma de investimento está apostando em algo, vale a pena prestar atenção. O banco suíço Credit Suisse acaba de publicar um relatório chamado “Gordura: O novo paradigma da saúde”. Usando centenas de médicos, pesquisadores e conselheiros, a firma analisou a literatura científica e tirou algumas conclusões: 

  • A venda de carne vermelha, laticínios, peixe e ovos estão crescendo
  • As vendas de comidas ricas em carboidratos (especialmente as ricas em açúcar) e comidas low-fat estão numa tendência decrescente, enquanto as vendas de óleos vegetais e carne de aves estão estáveis.
  • Gordura saturada e monoinsaturada não são responsáveis pela epidemia de obesidade. A ingestão enorme de carboidratos e óleos vegetais são culpados mais prováveis.

O motivo disso me excitar não é apenas porque alinha-se com as minhas leituras da literatura; é porque enfatiza a não-confiabilidade da maioria dos experts em nutrição do governo e da academia. Esses caras têm um interesse velado em manter o status quo porque são eles que o criaram. Eles têm egos a fomentar, reputações a proteger, laços com a indústria para manter, posições previamente estabelecidas para refutarem a evidência mais recente. Enquanto isso, uma firma de investimentos não existe para salvar vidas ou melhorar a humanidade, nem têm que seguir a manada. Eles querem é ganhar dinheiro, e se determinaram que carne vermelha, manteiga e outras comidas com gordura, são o futuro, isso é um endosso forte e representa crescimento continuado.

Entomofagia

Não muito tempo atrás, a idéia de comer insetos nunca cruzava a mente de uma pessoa. É claro, eles poderiam provar chapulines (N.T.: um tipo de gafanhoto, comumente consumido em determinadas áreas do México) em um restaurante mexicano ou achar incrível os mercados de insetos de Bangkok, mas na maior parte dos casos comer insetos era coisa de reality shows e de filmes exóticos. Quem não se lembra (rangendo os dentes) da cena do jantar em "Indiana Jones e o Templo da Perdição" ?

Ah, como as coisas estão mudando.

  • Cerca de 1/3 dos americanos dizem que estão interessados em comer mais insetos, e esse número parece estar aumentando a passos largos.
  • Diversas barras de proteína baseadas em grilos estão disponíveis, e são deliciosas. Eu mesmo investi em uma companhia — Exo — que faz as melhores barras de proteínas de grilos.
  • A resposta dos consumidores tem ultrapassado a capacidade de produção. As fazendas de insetos não conseguem produzir farinha de grilo rápido o suficiente, e novas operações estão revolucionando a maneira como criamos insetos para consumo humano. Recentemente, a União Européia publicou um relatório recomendando uma variedade de insetos, incluindo moscas domésticas, grilos e bichos-da-seda para uso como alimento humano e ração animal.
  • Empresas estão até mesmo explorando insetos como fonte de óleo de cozinha denso em nutrientes. Pesquisas indicam altos níveis de compostos antioxidantes em muitos óleos de insetos, tornando-os adequados para aplicações de altas temperaturas.

As vantagens ambientais e nutricionais do consumo de insetos não podem ser negadas. De acordo com um relatório da FAO de 2013, o uso de insetos comestíveis tem o potencial de equilibrar o suprimento mundial de alimentos (e ração animal) e prover proteína animal a um preço e pegada ecológica mais mais baixos para aqueles que precisam desesperadamente dela. Eu espero ver esse potencial realizar-se.

Aumento da disponibilidade de opções de comida paleo

Das barrinhas paleo no Whole Foods, aos hamburgers de carne alimentada com pasto, à petição anti-transgênicos de Chipotle e subsequente (e mais importante) mudança de óleo de soja para óleo de gérmen de arroz, à exclusão generalizada de ingredientes sintéticos e antibióticos por alguns dos líderes de produção de alimentos, a comida primal ou quase primal está cada vez mais disponível no dia-a-dia. Esses são exemplos específicos, e alguns diriam que são casos isolados. Mas parece que quase todo estabelecimento agora alardeia "alimentado com pasto" ou "produção local", ou adicionou uma seção paleo/low-carb ao menu. 

Rejeição dos consumidores a comida não-saudável


Antigos titãs como McDonald’s e Dunkin’ Donuts estão fechando lojas e tentando truques como “café-da-manhã o dia inteiro” para manterem uma base de consumidores que está se quebrando. Vendas de refrigerantes estão caindo, com as empresas sobrevivendo apenas porque também vendem água mineral.

A perda de empregos que resulta em última análise do fechamento de grandes fontes de trabalho é triste. Mas no geral ? É um bom sinal de que as pessoas estão rejeitando o tipo de comida que nos pôs na bagunça em que estamos. E sejamos francos: se o McDonald's quiser permanecer relevante em um mundo que rejeita o que ele oferece, ele vai mudar sua oferta. Vão trocar para carne criada com pasto, e voltar a usar banha e tutano nas fritadeiras.

É melhor que façam, inclusive. Porque a rejeição dos consumidores à comida insalubre só vai aumentar.

O microbioma


Antigamente "saúde intestinal" estava ligada apenas à digestão, probióticos eram usados apenas para combater as diarréias causadas por antibióticos, e prebióticos eram... o que é que eles eram mesmo ?

Agora sabemos que os membros das nossas microbiotas fazem mais que nos ajudar a digerir nossa comida. Eles produzem hormônios sexuais e neurotransmissores. Eles sintetizam ácidos graxos de cadeia curta que servem de combustível para nossas células colônicas e mantêm o câncer ao longe. Eles transformam antinutrientes em nutrientes e convertem vitaminas com baixa biodisponibilidade em vitaminas de alta biodisponibilidade. Eles parecem afetar nosso humor, emoções e talvez até nosso comportamente. Caramba, o microbioma nem vive só no intestino; está na pele, na boca, nas axilas e mesmo nas auras bacterianas que nos cercam. Muito dessa pesquisa ainda é recente e limitada a estudos animais, mas as implicações são claras e já estamos vendo grandes benefícios de saúde com o uso de probióticos. Você já tem produtos de higiene sem sabão que te mantêm limpo.

Mas há muito que ainda não sabemos, e é apenas questão de tempo até que descubramos. Dentro de 1 década (ou algo perto disso), eu acredito inteiramente que a modulação terapêutica do microbioma esteja disponível para condições como depressão, esquizofrenia, ansiedade, autismo, alergias alimetnares e doenças autoimunes. 

Espere e confira!

Mesas para ficar de pé (standing desks) em escolas


Sentar é ruim para nós. Sabemos disso agora. E muitas empresas responderam à evidência inequívoca contra o ato prolongado de sentar-se oferecendo a seus empregados estações de trabalho nas quais se fica de pé ou mesmo andando/pedalando, Quando eles fazem isso e os empregados compram a idéia, a produtividade cresce e a inatividade física cai.

Agora, outra população negligenciada, e discutivelmente mais importante, está recebendo o mesmo tratamento. Nossas crianças. Sim, crianças. Aqueles organismos que têm fama de não conseguir ficar quietos sentados por mais de 20 minutos, e que ainda assim nós esperamos que fiquem sentados 6 horas por dia. Uma escola de primeiro grau do condado de Marin acaba de equipar suas salas de aula com mesas para se ficar de pé, e a resposta inicial de professores, pais e alunos é incrivelmente positiva. No mês passado, uma escola de segundo grau de Alexandria fez o mesmo.

Esse é só o começo e eu tenho que assumir que vai espalhar-se pelo país. Apesar de haver tropeços com a adoção de qualquer grande mudança, as pessoas em geral adotam o que funciona. Se standing desks ajudarem as crianças a aprenderem, melhorarem sua saúde metabólica, gastarem seu excesso de energia e evitarem dor-de-cabeça a pais e professores que precisam lidar com eles, quem vai reclamar ?

O crescimento do treino de resistência em low-carb

Por anos, nos disseram que para brilharmos, competirmos ou mesmo terminarmos corridas de resistência, precisávamos nos encher de carbos. Passe os baldes de macarrão, aveia, saquinhos cheios de meleca de glicose e galões de sorvete. É assim que eu abasteci meus anos nos esportes de resistência e, verdade seja dita, é como a maioria dos atletas ainda faz. Aqui vai a surpresa: você pode ser um atleta de resistência eficiente enquanto é cetoadaptado.

Um estudo fundamental mostrou como atletas de resistência em dietas cetogênicas podem queimar 1.8g de gordura por minuto enquanto correm, destruindo os limites previamente assumidos de 1g/minuto. Incrivelmente, esses caras não "quebraram" - não chegaram nem perto disso. Enquanto as suas contrapartes do estudo em dieta padrão queimaram metade glicogênio/metade gordura, os atletas cetoadaptados correram por horas enquanto queimavam 90% de gordura. Isso significa que eles podem queimar a própria gordura corporal como combustível por mais tempo e a maiores intensidades, poupando o raro e precioso glicogênio para uso no fim da corrida quando os queimadores de açúcar estarão quebrando.

Mais e mais atletas estão descobrindo o poder da cetoadaptação. Eles vão mais longe e mais rápido enquanto correm com a própria gordura. Não quebram mais, como faziam antes.

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