Estatinas dobram o risco de diabetes
Artigo traduzido por Hilton Sousa. O original está aqui.
por Lucy Johnston
Apoiadores dizem que elas salvam vidas ao reduzir o colesterol, e as agências reguladoras de saúde do Reino Unido dizem que elas são seguras. Entretanto, mais e mais estudos têm sugerido que riscos tais como dor muscular severa, depressão, fadiga, memória prejudicada e derrames, podem ultrapassar os benefícios em muitos pacientes.
Muitos médicos e acadêmicos de ponta acreditam que as agências confiam demais em estudos financiados pela indústria farmacêutica, cujos detalhes são mantidos "escondidos" devido a acordos de confidencialidade comercial.
por Lucy Johnston
Estudo sugere que estatinas deixam os pacientes com probabilidade quase duas vezes maior de desenvolverem diabetes.
A pesquisa, publicada em um jornal de ponta, examinou 25.970 pacientes ao longo de 10 anos, e descobriu que usuários de estatinas tinham uma incidência mais alta de diabetes e também de ganho de peso.
Pacientes usando as drogas também tiveram mais que o dobro de risco de complicações diabéticas inclusive danos oftálmicos e renais.
Cientistas dizem que o novo estudo publicado no Jornal de Medicina Interna Geral confirma uma ligação entre uso de estatinas e diabetes, da qual há muito se suspeitava.
O Prof. Ishak Mansi, cardiologista da Universidade do Texas que liderou o estudo, disse: "Nossas descobertas são alarmantes".
A pesaquisa vai acrescentar ao debate que circunda essas drogas, que são rotineiramente dadas a 12 milhões de pacientes no Reino Unido, ou cerca de 1 em cada 4 adultos.
A pesaquisa vai acrescentar ao debate que circunda essas drogas, que são rotineiramente dadas a 12 milhões de pacientes no Reino Unido, ou cerca de 1 em cada 4 adultos.
Apoiadores dizem que elas salvam vidas ao reduzir o colesterol, e as agências reguladoras de saúde do Reino Unido dizem que elas são seguras. Entretanto, mais e mais estudos têm sugerido que riscos tais como dor muscular severa, depressão, fadiga, memória prejudicada e derrames, podem ultrapassar os benefícios em muitos pacientes.
Muitos médicos e acadêmicos de ponta acreditam que as agências confiam demais em estudos financiados pela indústria farmacêutica, cujos detalhes são mantidos "escondidos" devido a acordos de confidencialidade comercial.
O Prof. Ishak acrescentou: "Não há financiamento suficiente para conduzir estudos que avaliem os efeitos que não sejam financiados por companhias farmacêuticas, e são portanto marcados pelo conflito de interesses".
E ele disse que as drogas podem fazer mais mal que bem para pessoas com baixo risco de doença cardíaca: "Eu sou cético a respeito de prescrever as diretrizes para pessoas em risco mais baixo (de doença cardíaca). Estou preocupado sobre os efeitos a longo prazo sobre a grande população de pessoas saudáveis que usam essas drogas, e que continuarão a usar por muitos anos".
E o Dr. Malcolm Kendrick, que tem estudado as estatinas e a saúde cardíaca, disse: "Há alguns estudos pequenos que sugerem um aumento do risco de diabetes com o uso das estatinas. Entretanto, esse estudo grande e de longo prazo confirmou que é um problema significativo".
Ele acrescentou: "Esse estudo destrói o argumento de que essas drogas deveriam ser prescritas para qualquer pessoa, já que os danos podem superar os benefícios previamente sugeridos".
E ele disse que as drogas podem fazer mais mal que bem para pessoas com baixo risco de doença cardíaca: "Eu sou cético a respeito de prescrever as diretrizes para pessoas em risco mais baixo (de doença cardíaca). Estou preocupado sobre os efeitos a longo prazo sobre a grande população de pessoas saudáveis que usam essas drogas, e que continuarão a usar por muitos anos".
E o Dr. Malcolm Kendrick, que tem estudado as estatinas e a saúde cardíaca, disse: "Há alguns estudos pequenos que sugerem um aumento do risco de diabetes com o uso das estatinas. Entretanto, esse estudo grande e de longo prazo confirmou que é um problema significativo".
Ele acrescentou: "Esse estudo destrói o argumento de que essas drogas deveriam ser prescritas para qualquer pessoa, já que os danos podem superar os benefícios previamente sugeridos".
Um cardiologista de Londres, Dr. Aseem Malhotra, disse: "Esse estudo demonstra que as estatinas usadas em adultos saudáveis estão não apenas associadas a um risco significativamente aumentado de desenvolvimento de diabetes tipo 2, mas também com complicações diabéticas e ganho de peso. Aqueles que prescrevem deveriam portanto esclarecer os pacientes com baixo risco cardiovascular, sobre o risco potencial, e ajudá-los a tomar uma decisão informada antes de os sujeitarem a uma vida de medicação que pode fazer mais mal que bem".
Pacientes incluídos no estudo foram identificados como adultos saudáveis, e os pesquisadores avaliaram 3982 usuários de estatinas e 21988 não-usuários ao longo de 1 década.
Um porta-voz do MHRA, a agência governamental reguladora de medicamentos, disse: "Os benefícios das estatinas estão bem estabelecidos e considera-se que ultrapassem os riscos de efeitos colaterais na maioria dos pacientes. Quaisquer novas informações significativas sobre a eficácia das estatinas será cuidadosamente revisada e ações serão tomadas se necessário".
Pacientes incluídos no estudo foram identificados como adultos saudáveis, e os pesquisadores avaliaram 3982 usuários de estatinas e 21988 não-usuários ao longo de 1 década.
Um porta-voz do MHRA, a agência governamental reguladora de medicamentos, disse: "Os benefícios das estatinas estão bem estabelecidos e considera-se que ultrapassem os riscos de efeitos colaterais na maioria dos pacientes. Quaisquer novas informações significativas sobre a eficácia das estatinas será cuidadosamente revisada e ações serão tomadas se necessário".
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