Amenorréia

Artigo traduzido por Hilton Sousa. O original está aqui.

por Barry Groves

Causas dietárias: farelos; soja; dieta vegetariana estrita; dieta com restrição calórica; laticínios desnatados; ingestão insuficiente de gorduras.

O que é amenorréia ?


Amenorréia literalmente significa "ausência de períodos" (menstruais). Esta é a situação de meninas antes da puberdade, e acontece mais tarde na vida durante a menopausa. Entretanto, a amenorréia entre estas épocas (exceto durante a gravidez) é anormal e anti-natural. O erro frequentemente feio é diagnosticar amenorréia como uma condição distinta ou doença, e então tratá-la com drogas. Mas ela não é uma doença: é um sintoma de um problema subjacente. Há diversas razões pelas quais você pode não ter períodos menstruais, e a maioria delas é causada pelo estilo de vida. Esta é a área a verificar primeiro.

Se seus períodos pararem sem qualquer razão aparente, você pode até ficar feliz. Menstruação pode ser inconveniente, mas a ausência deles não é natural e, a menos que corrigida, a amenorréia pode levar a outros problemas como osteoporose mais tardiamente na vida. Então a cessação dos períodos sem motivo aparente deve ser investigada.

As causas mais provável da amenorréia estão associadas principalmente com deficiências de zinco ou ferro. A absorção de ambos os minerais é inibida pela fibra cereal (farelo) e pela fibra de produtos de soja não-fermentados tais como farinha e leite de soja.

As melhores fontes de ferro são o fígado, carne vermelha e gemas de ovo. Por esta razão, a ingestão reduzida de carne vermelha e ovos como parte das recomendações "de alimentação saudável" também tem tido sérias consequências.

Dietas de fome, com baixa caloria e pouca gordura, também são causas da amenorréia. O resumo do maior estudo da Universidade de Harvard, publicado online no final de 2007, está logo abaixo. Ele mostra claramente que baixa ingestão de gordura é outra causa primária para a cessação dos períodos menstruais.  Por último, níveis muito baixos de gordura corporal, seja por anorexia ou excesso de exercício, é também outra causa documentada para a amenorréia.

Chavarro JE, Rich-Edwards JW, Rosner B, Willett WC. Um estudo prospectivo da ingestão de laticínios e a infertilidade anovulatória. Hum Reprod 2007 Feb 28; 

Resumo


Laticínios e lactose podem afetar negativamente a fertilidade ao afetar a função ovulatória. Ainda assim, poucos estudos foram conduzidos em humanos e seus resultados são inconsistentes. Nós avaliamos se a ingestão de laticínios estava associada com a infertilidade anovulatória e se tal associação diferia de acordo com o conteúdo de gorduras.

Métodos: Nós prospectivamente seguinos 18.555 mulheres casadas, pré-menopáusicas, sem histórico de infertilidade, que tentavam a gravidez ou engravidaram num período de 8 anos. A dieta foi avaliada duas vezes durante o estudo usando questionários de frequência alimentar.

Resultados: Durante a sequência, 438 mulheres reportaram infertilidade devido a desordem anovulatória. Os riscos multivariados relativos (RR) [intervalo de confiança (IC) 95%] de infertilidade anovulatória comparando mulheres que consumiam 2 ou mais porções por dia a mulheres que consumiam 1 ou menos porções por semana foi de 1.85 (1.24-2.77; 0.002) para laticínios pobres em gordura. O RR (IC 95%) comparando mulheres que consumiam 1 ou mais porções por dia de laticínios ricos em gordura àquelas consumindo 1 ou menos porções por semana foi de 0.73 (0.52-1.01; 0.01). Houve uma associação inversa entre a ingestão de gordura de laticínios e infertilidade anovulatória (P, tendência = 0.05). As ingestões de lactose, cálcio, fósforo e vitamina D não estiveram relacionadas à infertilidade anovulatória.

Conclusões: Alta ingestão de laticínios desnatados pode aumentar o risco de infertilidade anovulatória, enquanto a ingestão de laticínios integrais pode diminuir tal risco. Além disso, a lactose (o principal carboidrato no leite e laticínios) pode não afetar a fertilidade humana dentro dos níveis ingeridos.

Referências


  1. Bryce-Smith D, Simpson R. Anorexia, depression and zinc deficiency. Lancet 1984; ii: 1162.; 
  2. Meadows N, et al. Zinc and small babies. Lancet 1981; ii: 1135.; 
  3. Lozoff B, Jimenez E, Wolf AW. Long-term developmental outcome of infants with iron deficiency. N Eng J Med1991; 325: 687-94.
  4. Hughes R E, Johns E. Apparent relation between dietary fibre and reproductive function in the female. Ann Hum Biol 1985; 12: 325.; 
  5. Hughes R E. A new look at dietary fibre. Hum Nutr Clin Nutr 1986; 40c: 81.
  6. Lloyd T, et al. Inter-relationships of diet, athletic activity, menstrual status and bone density in collegiate women.Am J Clin Nutr 1987; 46: 681.

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