Açúcar diretamente ligado à doença cardíaca

Artigo traduzido por Hilton Sousa. O original está aqui.

Bolos lotados de açúcar podem não te deixar gordo, 
mas eles vão colocar pressão no seu coração.

O açúcar tem um efeito direto nos fatores de risco para doença cardíaca, incluindo o aumento da pressão sanguínea, segundo pesquisadores neozelandeses.

Nutricionistas da Universidade de Otago revisaram todos os os estudos internacionais comparando os efeitos de consumos mais baixos e mais altos de açúcar sobre a pressão sanguínea e os lipídeos (gorduras do sangue, ou colesterol), que são fatores de risco cardiovascular importantes.

"Nossa análise confirmou que os açúcares contribuem para o risco cardiovascular, independentemente do efeito do efeito no peso corporal", disse a Dra. Lisa Te Morenga, pesquisadora do Departamento de Nutrição Humana da universidade.

"Apesar dos efeitos do açúcar sobre a pressão sanguínea e lipídeos ser relativamente modesto, nossa pesquisa suporta as recomendações de saúde pública de reduzir o açúcar adicionado em nossas dietas como uma das medidas que se espera que reduzam o custo global das doenças cardiovasculares".

A Dra. Te Morenga e o Professor Jim Mann estudaram testes de intervenções dietárias publicados em periódicos de língua inglessa entre 1965 e 2013, comparando dietas nas quais as únicas diferenças propositais eram a quantidade de carboidratos simples (açúcares) e complexos consumidos pelos participantes, e que mediram os efeitos destas nos lipídeos e pressão arterial.

A pesquisa mostrou que os açúcares não tornam as pessoas mais suscetíveis a ganhar peso em dietas ricas em açúcar, comparadas a dietas pobres em açúcar quando o total de carboidratos e calorias permanece o mesmo.

"Entretanto, o nosso último estudo descobriu efeitos significativos do açúcar sobre os lipídeos e a pressão arterial entre esses tipos de estudos em que a energia é controlada. Isso sugere que nossos corpos tratam o açúcar diferentemente dos outros tipos de carboidratos", disse a Dra. Te Morenga.

"Em análises de subgroups nós mostramos que que excluindos os testes financiados pelas indústrias alimentícia e do açúcar, encontramos efeitos maiores do açúcar sobre os lipídeos e a pressão".

A publicação de suas descobertas no Jornal Americano de Nutrição Clínica é oportuna, diz ela, já que organizações nacionais e internacionais estão considerando as recomendações diárias seguras de ingestão de açúcar.

"Nosso trabalho provê mais evidências para suportar essas recomendações que tem  sido questionadas pela indústria alimentícia", disse ela.

"Enquanto ainda há a necessidade para estudos de maior prazo observando os efeitos do açúcar em vários aspectos da saúde, está tornando-se cada vez mais difícil para a indústria alimentícia continuar a afirmar que o consumo liberal de açúcar é isento de riscos".

O artigo publicado pode ser lido aqui.

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