Essa é a 7a. lição de um conjunto de 7. As 3 primeiras podem ser lidas no blog do Dr. José Souto:
1 – Introdução à dieta paleolítica
2 – Como a agricultura arruinou a sua saúde (e o que fazer a respeito)
3 – Por que comer animais torna tudo mais fácil
4 – O que comer e o que evitar para ter saúde por toda a vida
5 – Um plano de malhação tão simples que um homem das cavernas poderia seguir
6 – Os três “S” que você precisa entender direito
Traduzido por Hilton Sousa. O artigo original está aqui.
A essa altura, vocês todos estão se perguntando a mesma coisa:
“O que mais está faltando?”
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Nós já cobrimos a alimentação, o exercício, o sono, o stress e a luz solar – tem mais alguma coisa com a qual devemos nos preocupar ?
Honestamente ? Não. Você não precisa se preocupar com as coisas que estou prestes a dizer. Milhões de pessoas não se preocupam, e estão aparentemente bem.
No entanto, as dezenas de milhares de pessoas com as quais tive contato pessoalmente geralmente tem a
experiência oposta. Ao invés de se sentirem atolados com essa informação, eles descobrem que suas vidas são incrivelmente enriquecidas e melhoradas. Resumindo, eles nunca souberam que os sapatos que você usa ou as bactérias às quais você está exposto ou a maneira como você senta e fica de pé poderiam ter efeitos tão consideráveis, positiva ou negativamente, na sua saúde e felicidade – até que tentaram por si mesmos.
Então sim, você pode se focar nas seis lições anteriores e ignorar essa, e tudo vai estar ok.
Mas você não quer “ok”. Você quer “fantástico”. Você quer “ótimo”
Vamos lá então.
Os itens a seguir representam uma coleção de aspectos e ações a considerar na sua jornada em direção à saúde ancestral. Eles são pequenos “macetes” que você pode usar,
configurações com as quais você pode brincar, ferramentas para mexer e auto-experimentar
Jejum intermitente (JI)
JI envolve
não fazer uma refeição (ou duas, ou três) semi-regularmente. Enquanto experts em dieta tradicional vão afirmar que se você pular uma refeição, o seu corpo vai canibalizar seus próprios músculos, entrar em
modo fome, e sofrer uma perigosa baixa glicêmica, a evidência não está do lado deles. Os humanos gastaram milhões de anos em um ambiente no qual tinham que caçar e coletar se quisessem comer. Se fôssemos construídos para perder músculos e desmaiar porque não comemos nada em quatro horas, não estaríamos aqui hoje.
Na verdade, parece que somos muito bem adaptados a perder refeições ocasionalmente. Há numerosas evidências de que jejuar não apenas não é danoso, mas que
é benéfico para nós. Benefícios potenciais do JI incluem, mas não estão limitados a: melhora na utilização da gordura armazenada; números melhores de colesterol e sensibilidade a insulina; promoção de autofagia celular, que é como nossas células reparam a si mesmas e pode prover resistência ao câncer; expectativa de vida aumentada (em estudos com animais); melhora na performance atlética; melhor controle de apetite.
Um
método popular é o “8-liga, 16-desliga”, que te sugere não fazer uma refeição, tipicamente o café da manhã, e manter uma “janela de alimentação” de 8 horas. Então, você “pula” o café da manhã, almoça por volta do meio dia, janta às 20h, e jejua durante a noite até o meio-dia do dia seguinte. 8 horas “ligado”, 16 horas “desligado”, todo dia.
Outro método é o jejum completo de 24 horas, feito 1 ou 2 vezes por semana. É exatamente o que está escrito – simplesmente não coma nada por 24 horas. Coma o jantar, vá dormir e feche a boca até o jantar do dia seguinte.
Meu horário de alimentação favorito ? Não o JI, mas o WHEN – When Hunger Ensues Naturally (N.T.: “Quando a fome bater naturalmente”).
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Simplesmente coma quando você estiver com fome. Uma vez que você esteja comendo de maneira Primal, você vai descobrir que seu apetite está mais subjugado e gerenciável, e que você consegue ir mais longe sem ficar com fome.
Eu recomendo JI para pessoas que querem ter seus apetites sob controle. Se você acabou de começar com o modo de alimentação primal, não se preocupe em pular refeições. JI pode ser uma boa adição às suas
ferramentas, mas não é uma coisa estressante. Ele deve surgir naturalmente.
Pés descalços
Não sei sobre você, mas eu nasci descalço. Sou capaz de apostar que todos nós nascemos descalços. Então por que achamos que devemos enfiar nossos pés em moldes de couro/borracha o dia inteiro ? Não é meio absurdo quando você pára para pensar no assunto ?
Pense comigo. Evidência antropológica confirma que nossos ancestrais andavam por aí eretos, da mesma forma que fazemos hoje, há mais de 2 milhões de anos atrás. Se você olhar para pegadas daquela época, são quase iguais às que você deixa na praia hoje.
Este equipamento – o pé descalço – tem carregado os humanos e seus ancestrais por mais de 2 milhões de anos, sem necessidade de Nikes ou Reeboks. Eu diria que é um excelente recorde na pista.
Postura e Mobilidade
Outra mudança enorme e relativamente recente na maneira como sentimos o mundo, é a maneira como gastamos nosso tempo. Isso é, nós quase invariavelmente gastamos mais da metade do nosso tempo acordados
sentados em uma cadeira, um carro, um assento de ônibus ou um sofá. No trabalho, nós sentamos. Para chegar ao trabalho, nós sentamos. Quando chegamos em casa do trabalho, nós sentamos. É tudo sentado, o tempo inteiro. Não é surpreendente que dores na base das costas sejam um dos incômodos mais comuns atualmente. Bem mais de 50% da população dos EUA tem ou já teve dor na base da coluna.
Isso é normal ?
E sobre nossos ancestrais ? Cadeiras ou não existiam, no caso dos caçadores-coletores, ou eram um luxo, no caso de toda cultura até a Revolução Industrial. O trabalho era físico e envolvia uma grande movimentação. Em culturas nas quais trabalho físico permanece a norma, você vê muito menos incidência de dor na base das costas, e as pessoas tem excelente postura. A “cadeira” primal eram as cócoras, ou o que eu chamo o
agachamento do Grok. Você ainda vê esse fenômeno em nações menos industrializadas – pessoas idosas sentadas de cócoras por horas a fio sem desconforto. Você consegue fazer o mesmo ?
Provavelmente não. Os
flexores do seu quadril estão encurtados por anos de sentar em cadeiras e a mobilidade das suas articulações é deficiente por anos de nunca ter que se locomover com suas próprias pernas a menos que quisesse.
O que podemos fazer a respeito disso ?
Sente menos, ande mais
Saúde intestinal
Grok não tinha
sabão ou álcool em gel onde quer que fosse, nem lavava suas mãos antes de comer. A vida era, para ser franco,
suja. Em comparação, a vida hoje é pura e limpa.
Limpa demais. Estéril demais.
Nós precisamos de alguma exposição à sujeira. É o ambiente no qual nossos genes evoluíram, e ele introduz novas
bactérias benéficas em nossos sistemas, que melhoram nossa digestão e imunidade.
Como assim ? Veja bem, nossos corpos contém mais bactérias “estrangeiras” do que células produzidas por nós mesmos. Nós estamos em menor número – em nossos próprios corpos!
Parece assustador, mas não é. É normal. Na verdade, a
saúde das nossas entranhas depende quase inteiramente da nossa exposição contínua a bactérias.
Como nós conseguimos isso ?
Banhos de floresta
Não tivemos sempre cidades, muros e casas. Por milhões de anos, fomos animais selvagens. Inteligentes, pensando, criando, falando, inventando, seguindo trilhas de animais, é claro – mas ainda assim, éramos animais. Vivíamos na natureza. O “lá fora”, como conceito, nem existia – “lá fora” era tudo que tínhamos.
Hoje em dia, a maior parte de nós não pode mais viver ao ar livre, mas podemos tomar banhos de floresta.
Nossos
genes “experam” natureza, veja você. Eles precisam de ar puro, do som de pássaros, e do vento soprando através das árvores para funcionar perfeitamente.
Estudos mostram que passar tempo na natureza reduz os hormônios do stress, melhora o humor, reduz a pressão sanguínea e pode até mesmo estimular proteínas anti-câncer no corpo.
O engraçado é que banhos de floresta não acrescentam nada realmente novo. São apenas a correção de um déficit que quase todo mundo tem.
Se você não acredita em mim, vá tentar você mesmo.
Suplementação
Num mundo perfeito, conseguiríamos todos os nutrientes que precisamos da nossa comida. Dez mil anos atrás, quando o solo era robusto, os oceanos eram limpos e cheios de comida, e cada animal que você comia tinha passado sua vida se alimentando de plantas ricas em nutrientes ou de outros animais, nós não tínhamos que nos preocupar com suplementação. Dez mil anos atrás,
toxinas industriais ainda não tinham achado o caminho para a
comida que comemos,
o ar que respiramos, e
a água que bebemos.
Nós não vivemos naquele mundo. Muito do nosso solo está esgotado pelo sobre-uso, resultando na comida que comemos prover menos nutrição que quarenta anos atrás. Nossas vidas são mais estressantes. Nós dormimos menos. Nos movemos menos. As coisas não são mais as mesmas, e apesar do progresso científico ter feito a vida mais fácil de muitas maneiras, ele também deixou as coisas mais difíceis..
A suplementação ajuda a restaurar esse balanço. Ela ajuda a corrigir o déficit nutricional e o excesso de stress.
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Brincadeira
Por último, mas não menos importante, está a
brincadeira.
Brincar é o laboratório particular de um animal.
Quando um animal brinca, ele aprende como se mover, como interagir com outros (e com o mundo), e aprende como responder a estímulos sociais. Brincar ensina a resolver problemas. E mais importante, é uma tonelada de diversão.
Os humanos estão entre os únicos animais que ainda brincam depois de adultos. Praticamente todo mamífero na Terra brinca enquanto jovem, mas enquanto adultos ? Humanos são uma espécie rara. Nós temos a habilidade e a inclinação para brincar uns com os outros, e
ainda assim não o fazemos. Ou achamos que não podemos.
Você tem que parar com isso. Você tem que brincar.
Concluindo, “todas essas outras coisas” não são realmente supérfluas ou representam pouco. São na verdade muito importantes, e eu recomendo fortemente que você dê a cada uma delas uma tentativa sincera antes de descartá-las.
Cuidem-se, obrigado pela leitura, e Grok on!