Pesquisei muito antes de fritar meu primeiro bacon

Meu nome é Abner, sou professor e técnico em assuntos educacionais. Tenho 34 anos e uma sincera preocupação com a saúde. Sempre tive clareza da importância de um estilo de vida saudável para envelhecer com saúde. Assim, a minha experiência com a Paleo está intimamente ligada à ideia de estilo de vida para o longo prazo; para o envelhecimento saudável. 

Desde a adolescência eu me interesso por Ciência e o conhecimento científico acumulado pela humanidade sempre teve muito peso em minhas decisões. Dessa forma, toda informação que eu tinha em sites e revistas de estilo de vida e saúde me interessavam e eu procurava segui-los. Eu realmente seguia esses conselhos, a ponto de ser considerado radical. Comia carnes magras, muitos vegetais, biscoitos e pães integrais, etc. Cheguei a consumir proteína texturizada de soja como uma alternativa sem gordura à “perigosa” carne de verdade. Além disso, fazia uso de farelo de trigo, da margarina que “protege seu coração” e de óleos vegetais como o Canola e de girassol. Sempre escolhia as opções light, diet ou integral. Abria mão do paladar para investir, no longo prazo, na minha saúde. Tudo isso, tomando como referência os veículos de divulgação de estilo de vida e saúde. Somado a isso, procurava sempre realizar caminhadas para proteger meu coração, mantendo períodos de disciplinada caminhada diária, sobretudo quando comecei a ganhar peso. 

É claro que nem sempre eu conseguia manter a ingestão adequada de calorias para manter aquela matemática precisa da hipótese do balanço calórico. De vez em quando me dava o direito de comer algo mais calórico e adocicado, mas sempre fazia opção pela versão sem gordura, já que estava claro para mim, que a gordura era nociva para a saúde. Era potencialmente perigosa para o coração. Se a gordura presente era poliinsaturada, me sentia mais seguro. Assim, poderia abusar um pouco mais de biscoitos recheados, por exemplo. 

Com esses pequenos exageros, e a evidente consequência de uma alimentação hiperglicêmica, comecei a ganhar peso. Saí de 76 quilos que mantinha desde os 21 anos de idade para 90 quilos, caracterizado como pré-obeso. Comecei a perder qualidade do sono, além do desconforto de me sentir o tempo todo empanzinado. Desenvolvi refluxo gastroesofágico e uma série de distúrbios gastrointestinais. O refluxo rendeu prejuízo crônico à voz, minha principal ferramenta de trabalho. A recomendação médica foi precisa: cortar gorduras e fazer uso de alimentos integrais. 

Dores lombares eram cotidianas, e eu sabia que estavam associadas ao sobrepeso. E o método para perder peso estava claro para mim: cortar calorias, a qualquer custo. Não adiantava muito. Sempre reganhava o peso que perdia. Em 2015 tomei conhecimento de uma estratégia eficaz de perda de peso: lowcarb. A princípio achei a ideia absurda. Por que eu abriria mão da minha saúde, consumindo um alimento potencialmente letal para emagrecer? Foi uma provocação de um primo meu, bastante esclarecido, que me fez pesquisar sobre o tema: Não havia pesquisas sérias que comprovassem ou nem mesmo indicassem que as gorduras naturalmente presentes nos alimentos seriam nocivas à saúde. Diante da provocação, me dediquei muito a pesquisar sobre o tema. Pesquisei muito antes de fritar meu primeiro bacon. A internet, como de costume, oferecia uma infinidade de informações confusas, contraditórias e imprecisas. Foi preciso utilizar aquela simpatia pelo método científico para filtrar os materiais. Foi assim que conheci o Paleodiário e o blog do Dr. Souto. Essas foram duas fontes extraordinárias de informação nos meses que se seguiram. Também me apropriei de informações em sites gringos. 

Entre as diversas possibilidades no universo paleo/lowcarb, procurei uma abordagem de intervenção. O objetivo era perder peso. Assim, mantive minha dieta o mais lowcarb possível. Estavam liberados laticínios, embutidos, etc. Mantive essa abordagem por uns seis meses. Como sou mineiro, mal podia crer que as delícias de porco como torresmos, toucinho, costelinha, linguiça, estavam finalmente liberadas na minha dieta. Percebi resultados de perda de peso. Saí dos 90 quilos que havia conquistado para 78 quilos. Estava ficando bastante satisfeito e decidi levar um estilo de vida paleo, mas nem tanto lowcarb. Acrescentei mais raízes e frutas e passei a comer com mais liberdade, comendo sempre comida de verdade. Fiz alguns experimentos com jejum intermitente. Fiz vários jejuns de 16-18 horas e alguns de um dia inteiro sem comida. Resolvi fazer um experimento mais agressivo, de cinco dias em jejum, com muita água e doses constantes de café sem açúcar. Não tive nenhuma dificuldade em jejuar e isso também passou a fazer parte do meu estilo de vida. Desde 2016 mantive o peso, oscilando muito pouco em torno dos 78 quilos. 

Somente depois de perder 12 quilos, resolvi me exercitar com base em pesquisa científica séria e não mais nas dicas das revistas de saúde. Resolvi praticar exercícios de alta intensidade. Assim, alternei calistenia, buscando exercícios até a falha concêntrica e HIIT. Não mensurei qualquer resultado no peso, mas notei certo tônus muscular, e minha qualidade de vida aumentou significativamente. Daí em diante, o estilo de vida de comida de verdade ganhou um aliado: o exercício de alta intensidade. Passei a me sentir mais forte e ainda mais saudável. Isso me motivou a partir para a musculação em uma academia. Gostei da ideia de praticar musculação e com a ajuda de um personal, tentei desenhar um protocolo de alta intensidade. Os resultados de ganho de força, tônus muscular e até certa hipertrofia foram consistentes e notáveis. Desci ainda mais para os 76 quilos, que mantive com incrível facilidade. Depois de dois meses, resolvi experimentar o Treino Qualitativo, do Felipe Piacesi. Os resultados foram ainda maiores e mais rápidos. 

Como sou afeiçoado à Ciência, e desde que conheço esse estilo de vida tenho me permitido fazer experimentos com n=1, resolvi conhecer os impactos do LeanGains no meu corpo. Com o acompanhamento do Hilton estou há três semanas utilizando o protocolo Fique Sarado do Andy Morgan. Não pretendo ser bodybuilder e nem quero ter o shape de parar a praia, mas estou convencido que este protocolo pode me ajudar a acabar de chegar numa forma física que me deixe ainda mais confortável. Os próximos meses serão fruto de certo controle deliberado do consumo de comida de verdade associado a um treino de alta intensidade.

E você? Quer contar a sua história e ajudar a inspirar outras pessoas? Se sim, escreva um texto contando o caso, junte fotos e mande para [email protected]

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