Se você está contando calorias e tendo problemas para perder peso, esse pode ser o motivo
Artigo traduzido por Hilton Sousa. O original está aqui.
por Ashley Rekem
|Todos nós ouvimos sobre as "calorias que entram e calorias que saem", e que "você precisa de um déficit de 3,500 calorias para perder 0.5kg de gordura". Mas a ciência está provando que a contagem de calorias não é uma estratégia confiável para perder peso.
O programa da rádio WNYC, "Only Human", publicou recentemente um episódio muito bacana chamado "Não conte com as calorias", onde eles discutiram, entre outras coisas, como a alteração da composição dos alimentos afeta a quantidade de calorias que nossos corpos podem obter desses mesmos alimentos.
Por exemplo, um pacote de amêndoas pode ter 100 calorias no rótulo, mas é mais provável que você só seria capaz de obter 70 calorias delas, por causa do trabalho necessário para digeri-las. Por outro lado, cozinhar alimentos, especialmente amiláceos, aumenta a sua disponibilidade calórica.
O pessoal da rádio até mesmo perguntou se os alimentos ultra-processados tais como cereais, biscoitos, pão, chips e similares fornecem realmente mais calorias do que a embalagem sugere. Eu não ficaria surpresa se esse fosse o caso. Alimentos processados, estruturalmente alterados por processos mecânicos e químicos não exigem tanto esforço do corpo para extrair suas calorias. Gosto de chamá-los de "calorias fáceis".
E então as coisas realmente ficaram interessantes ao discutir o impacto do microbioma na capacidade do corpo de queimar calorias. Acontece que um intestino doente torna mais difícil queimar calorias eficazmente.
Eles citam um exemplo de uma mulher que comeu exatamente a mesma quantidade de calorias que comia antes de uma infecção adquirida no hospital – à qual ela sobreviveu com a ajuda de um transplante fecal de sua filha, que é obesa. A mulher ganhou 20kg posteriormente, mesmo comendo as mesmas calorias.
Um estudo recente da Universidade de Iowa mostrou, em ratos, que certas drogas são capazes de alterar as bactérias intestinais de uma forma que diminui a taxa metabólica de repouso (a quantidade de calorias queimadas pelo corpo durante o repouso ou o sono). O estudo focou especificamente nos efeitos do fármaco antipsicótico risperidona, mas outros fármacos alteram o microbioma – como os antibióticos, frequentemente utilizados em demasia.
Os pesquisadores relataram uma mudança de 16% na taxa metabólica de repouso, que "corresponderia a 14kg de gordura ganhos a cada ano por um humano médio", de acordo com John Kirby, professor de microbiologia da Universidade de Iowa. "Esse é o equivalente a comer um cheeseburger adicional por dia."
E, a composição geral da sua dieta, não apenas os alimentos individuais podem mudar seu potencial de queima de calorias. Quando se trata de perda de peso, dietas de baixo teor de carboidratos superam as dietas de baixo teor de gordura que as pessoas às vezes seguem a fim de restringir mais calorias – uma vez que as gorduras são mais caloricamente densas que os carboidratos.
No entanto, outro estudo descobriu que uma dieta baixa em carboidratos é mais eficaz do que as abordagens convencionais em queimar calorias e manter o gasto de energia maior, mesmo após a perda de peso. Vários outros estudos suportam a eficiência de uma dieta baixa em carboidratos ou de baixo índice glicêmico, quando se trata de perda de peso.
De acordo com David Ludwig, professor de Pediatria na Escola de Medicina de Harvard, "as calorias totais queimadas reduziram-se em 300 calorias na dieta de baixo teor de gordura, em comparação com a dieta de baixo carboidrato. Isso equivaleria ao número de calorias tipicamente queimadas em uma hora de atividade física moderada".
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