O que você vai ser quando crescer ?
Hoje o guest post é do Caio Bottura, responsável pelo blog Coisas de Atleta e pelo canal Vida de Bodybuilder. Eu já queria convidá-lo para escrever para o Paleodiário faz um tempo, e agora os astros se alinharam :-)
Sendo nós adeptos de um estilo de vida o mais ancestral possível, acredito que nos identificamos com uma característica marcante do Caio: a escolha de, mesmo estando envolvido em fisiculturismo de competição, não usar esteróides.
Nada contra quem usa, é claro – cada um sabe de si.
Mas se pensarmos no genoma humano do ponto de vista evolucionário, nós somos o ápice de uma cadeia que remonta há milhões de anos. Humanos são a máquina de sobreviver perfeita: não temos garras, chifres, cascos ou dentes grandes, mas temos um cérebro afinado e músculos que nos permitem exercer a quantidade de força necessária para colocar o pão bacon na mesa, cuidar das crias e espantar os predadores. E essa força está geneticamente programada em nós... Se dermos ao nosso corpo o alimento, descanso e exercício adequados, ele vai nos brindar com saúde, longevidade e força.
Para o cidadão mediano, uma dieta paleo e um pouquinho de exercício bem-feito já vão dar um ganho enorme na composição corporal (e portanto na qualidade de vida). O que é possível fazer então, se o sujeito dedica-se a uma vida de exercício de qualidade e controla com mais atenção aquilo que coloca no prato ?
É o que vamos ver...
Olá!
Meu nome é Caio Bottura e eu sou um fisiculturista que decidiu NÃO usar esteróides anabolizantes.
Muita gente me pergunta o porquê disso, e a resposta não é tão simples... Essa decisão levou um certo tempo para acontecer.
Quando comecei a treinar eu era muito ingênuo – inocente mesmo. Acreditava que iria conseguir atingir o corpo que os meus ídolos tinham apenas com dedicação e disciplina. E foi o que fiz, ou pelo menos me dediquei a fazer. Além de passar horas todos os dias pesquisando sobre treino e dieta eu dava o meu máximo na academia todos os dias sempre tentando me superar.
Pouco tempo se passou e muita gente já achava que eu estava usando as famosas “bombas” ou anabolizantes. Todos me perguntavam o que eu estava usando, e na minha cabeça aquilo era apenas uma piada.
Acredito que por eu começar a treinar fora do Brasil e lá as pessoas não falarem muito sobre anabolizantes, eu criei essa inocência que virou uma ética de trabalho muito forte. Na academia onde treinava, também conheci um médico que viu potencial em mim e decidiu me treinar.
Esse médico me ensinou tudo sobre treino, dieta e o esporte do fisiculturismo. Ele acreditava que eu teria potencial como atleta mas me disse para "aguardar antes de começar a usar as drogas", pois eu ainda tinha muito que desenvolver naturalmente.
As pessoas continuaram me acusando de usar esteróides anabolizantes, e por esse motivo eu nunca senti uma necessidade de usar. “Se todo mundo já acha que eu uso, pra que eu vou usar ?”, pensava.
Ninguém nunca me chamava de frango e falava que eu precisava usar as drogas pra crescer. E é claro, eu ainda era inocente: por que é obvio que eu não iria ficar do tamanho de um Mr. Olympia naturalmente, até mesmo por que minha genética não é tão boa assim.
Depois de alguns anos, já de volta no Brasil, decidi que queria sair do país para competir no fisiculturismo – e que o jeito mais fácil era vir para os Estados Unidos como estudante. Quando cheguei aqui, imediatamente comecei a pesquisar sobre competições de fisiculturismo e achei uma dentro do meu estado. Contratei um treinador para me ajudar, pois eu ainda era muito leigo no aspecto de competição... Não sabia fazer poses, como funcionavam as competições e etc.
Para minha surpresa a competição era de uma federação de fisiculturismo natural, e foi só aí que aprendi que existe esse tipo de coisa: o fisiculturismo é separado em "natural" e "normal". É claro que o natural tem muito menos visibilidade pois nenhum atleta vai chegar àquele fisico incrível dos profissionais da IFBB (Federação Internacional de Fisiculturismo).
E foi durante a minha primeira competição e vendo os físicos dos atletas ali, e aquela comunidade, que me apaixonei pelo fisiculturismo natural. Vi que eu ainda poderia evoluir muito, e disse a mim mesmo que no ano seguinte eu voltaria e conquistaria o titulo de campeão.
Dito e feito: no ano seguinte eu me consagrei campeão das categorias Júnior, Estreantes, e Peso médio – e documentei tudo no meu canal do Youtube.
Hoje eu inspiro milhares de pessoas a serem fisiculturistas naturais e mostro até onde o corpo pode chegar se tivemos dedicação e disciplina.
Pensando exatamente em oferecer às pessoas informação de qualidade sobre como estruturar um treino para hipertrofia natural, eu juntei meus anos de experiência prática e acadêmica em um livro: O guia completo de treino para bodybuilding natural.
Embora o título possa dar a entender que o livro é voltado para competidores, não é esse o caso: o que ensino nele é como extrair o máximo de eficiência de um treino, de maneira a atingir o seu potencial muscular máximo sem o auxílio de substâncias externas ao seu corpo.
Dê uma avaliada no que aconteceu comigo quando me dediquei a comer e malhar direito, e tenha sempre em mente: a minha genética para ganho de músculos não é tão boa assim. Tudo o que atingi foi fruto de esforço focado – seja na academia, seja na cozinha.
Embora o título possa dar a entender que o livro é voltado para competidores, não é esse o caso: o que ensino nele é como extrair o máximo de eficiência de um treino, de maneira a atingir o seu potencial muscular máximo sem o auxílio de substâncias externas ao seu corpo.
Dê uma avaliada no que aconteceu comigo quando me dediquei a comer e malhar direito, e tenha sempre em mente: a minha genética para ganho de músculos não é tão boa assim. Tudo o que atingi foi fruto de esforço focado – seja na academia, seja na cozinha.
Clique na imagem para conhecer o meu livro!
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