Olá!
Vamos do início.

Minha adolescência inteira meus pais tentaram me emagrecer. Vejam bem, meus pais tentaram – porque eu mesma nunca tentei. Fui a médicos porque minha mãe marcava, tomei remédios que mandaram, emagreci uma vez e depois engordei tudo novamente, simplesmente porque naquela época eu não sabia comer.
Fui crescendo, sempre acima do peso, mas os exames estavam sempre maravilhosos. Namorei, casei, tive uma filha e mudei de casa, bairro, tive perdas muito significativas na minha vida, passei momentos difíceis demais e engordei mais do que eu aguentava. Só me dei conta disso no primeiro semestre de 2014.
Sim, eu percebi isso e ninguém me falou. Percebi principalmente por conta das roupas: não sou aquela pessoa super antenada em moda, mas sempre tive meu “estilo” e a cada dia que passava encontrar roupas nesse “estilo” ficava mais difícil, quase uma operação de guerra.
Então em Junho de 2014 fui à endocrinologista e aquele medo de sempre: subir na balança. Quase cai para trás – estava pesando 130kg.
A médica me recomendou uma dieta básica e exames de sangue, colocou aquele terror psicológico de sempre e lá fui eu para casa com um programa alimentar de chorar. Como eu disse na época que meu fraco eram os doces, ela me passou um remédio natural para tirar a vontade de cair de boca em um monte de Alpino, Diamante Negro, mil-folhas da vida…
Fiz meus exames no dia 15/07/2014 e no finalzinho de julho voltei à endocrinologista. Meus exames tiveram alteração na glicose: o resultado foi 108, dizendo assim que eu estava intolerante à glicose – ou seja, mais alguns números e eu estaria diabética. Entrei em pânico total, e não colocava um açúcar sequer na boca. Nessa altura eu já tinha eliminado 4kgs com a dieta da endocrinologista, mas procurei uma nutricionista para um melhor acompanhamento. A dieta que a nutri passou foi praticamente igual à da médica; continuei seguindo e fazendo exercícios. Sim, eu fazendo exercícios. Também nunca tinha pensado em fazer.
Todo dia de manhã, após o café eu fazia 30 minutos de exercícios. Saia quase morrendo, mas fazia. O tempo foi passando e todos os meses voltava à nutricionista. Eliminava entre 3 e 4kg por mês. Em outubro, voltei à endocrinologista e ela solicitou novos exames. No dia 11/10/2014 minha taxa de glicose já tinha baixado para 91. Ufa! E assim fui seguindo até dezembro/2014, quando precisei me mudar novamente. Me mudei para longe da médica e da nutricionista e a preguiça era grande. Próximo ao natal, resolvi me pesar na farmácia e estava com 115kg.
Pode não parecer muito, mas 15kg pra mim tinha sido uma vitória e tanto. Fiquei feliz e resolvi continuar, mas lógico que no mês de dezembro e janeiro dei jacadas fortes. Continuava seguindo o plano alimentar proposto pela endocrinologista e pela nutri.
Daí comecei a prestar atenção nas postagens de uma colega no Facebook. Ela ficava falando para comer gordura que emagrecia. Eu achava aquilo muito louco, pensando “essa muié só pode estar maluca e vai entupir as veias dela tudo”! Eu quase enloquecia com os posts dela e quando ela começou a postar foto do antes e depois fiquei mais doida ainda… Não é possível que ela tinha razão!
Em meados de Março/2015 ela falou da criação de um grupo para quem quisesse conhecer mais sobre low-carb, e eu de curiosa pedi para entrar. Uma semana depois já estava me convertendo e ela criou um desafio de 30 dias low-carb. Me pesei e estava com 110kg (opa! já tinha eliminado mais 5kg) e lá fui eu para o desafio.
Pessoas, low-carb é punk no começo? É sim! Toda mudança é… talvez a minha facilidade na adaptação fosse devido à reeducação alimentar que eu já vinha fazendo.
Nesse mês de março/2016, fazem exatos 365 dias que optei pela alimentação low-carb. 1 ano exato daquele mês cheio de perguntas, dúvidas e muito estudo para entender a LCHF. O início foi bem tenso, não entendia direito como funcionava e não podia acreditar que comer bem ia ajudar no meu emagrecimento. Comer só quando tem fome? Jamais pensei nisso… Jejum? Hahaha, nunca imaginei. As coisas foram acontecendo e a cada mês que passava, eu ficava mais animada. Entendia muito como meu corpo funcionava e a vontade de estudar e aprender só crescia.
Não se iludam achando que foi fácil – nunca falei isso! O início é doloroso sim, precisamos abrir mão de muitas coisas; me livrei de vícios que me acompanhavam desde a infância; enchi o saco de muita gente até chegar aqui.
Não achem que é rápido emagrecer: 2 anos e 60kg separam as fotos acima. Sofri muito sim, mas foi por um bem maior, a minha saúde. Quando decidi entrar nessa não foi por estética: quem me conhece de verdade sabe. O que me fez enlouquecer foram os resultados dos meus exames.
Felizmente encontrei muita gente nesse mundão da internet disposta a ajudar e me ouvir sempre que precisei, e tenho uma gratidão imensa por essas pessoas. Por isso, hoje tento retribuir um pouquinho – ensinando o que sei e postando alguns dos meus pratos para ajudar e incentivar quem está começando. Muita gente ajudou e não vou citar todo mundo aqui: poderia até mesmo esquecer de alguém e não seria justo.
Se quer entrar nessa, estude e estude muito; experimente no seu corpo; faça seus próprios desafios mas faça quando se achar preparado(a); desafie o seu cérebro a comer apenas comida de verdade por 1, 2 semanas ou quem sabe 1 mês.
Além de mostrar que sim, low-carb dá resultado, quero incentivar ao menos 1 pessoa a começar esse estilo de vida e se auto conhecer!
Isabela
E você ? Que tal contar a sua história e ajudar a inspirar pessoas ? Se quiser escreva um texto, junte fotos e mande para [email protected].