Legisladores questionam a eficácia das diretrizes dietéticas

Artigo traduzido por Hilton Sousa. O original está aqui.

por Mary Jalonick

Secretária de Saúde e Serviços Humanos, Sylvia Burwell, depõe no Capitólio em Washington, 07/10/2015, antes da audiência do Comitê da Agricultura sobre as Diretrizes Dietéticas para os Americanos de 2015.


WASHINGTON – Os legisladores na quata-feira perguntaram aos oficiais federais se os americanos deveriam confiar nas diretrizes dietéticas do governo, que informam sobre tudo desde o lanche escolar até o aconselhamento médico.

A secretária de Saúde e Serviços Humanos, Sylvia Burwell, e o Secretário da Agricultura, Tom Vilsack, defenderam as diretrizes perante o Comitê da Agricultura, apontando que as diretrizes ainda não foram escritas. Elas são publicadas a cada 5 anos, e a versão de 2015 é esperada para o fim desse ano.

Legisladores de ambos os partidos expressaram frustração sobre como as recomendações governamentais mudaram. As recomendações de um comitê conselheiro em fevereiro, por exemplo, diziam que o colesterol agora "não é considerado um nutriente cujo sobreconsumo seja preocupante", após anos de os médicos dizerem que os americanos consomem colesterol demais e que não deviam comer tantos ovos.

O comitê conselheiro, que é encarregado de fazer as recomendações preliminares para as diretrizes, também voltou atrás nos limites mais estritos de sal, apesar de dizer que os americanos o comem em demasia.

"As pessoas podem estar perdendo a confiaça nas diretrizes", disse o representante do estado de Minnesota, Collin Peterson, o democrata em posição mais alta no painel da agricultura. "Dado o ceticismo do público, deveríamos reconsiderar o motivo de estarmos fazendo isso".

O presidente do comitê, republicano texano Michael Conaway, disse que é importante para o governo acertar nas recomendações porque mudar as diretrizes causa confusão aos consumidores.

"É essencial que o direcionamento resultante desse processo possa ser acreditado pelo povo americano", disse Conaway.

Legisladores céticos receberam boas notícias: Vilsack e Burwell disseram que as diretrizes finais não seguiriam as sugestões do comitê conselheiro de que os americanos deveriam considerar o ambiente ao decidir quais alimentos comer, e que o governo deveria considerar taxações sobre bebidas açucaradas e doces. Ambos disseram que tais recomendações estão fora do escopo das diretrizes, depois que os legisladores, a indústria da carne e os fabricantes de bebidas pressionaram contra.

Os secretários de gabinete disseram que as diretrizes foram em geral consistentes ao longo dos anos, recomendando o cosumo de frutas e legumes, grãos, laticínios, carnes magras e frutos do mar enquanto encorajaram os americanos a limitar gorduras saturadas, açúcares e sódio.

Ainda assim, eles disseram que as recomendações vão mudar à medida que o consenso científico evolui em alguns pontos, como o colesterol, e que esse é o motivo das diretrizes serem reescritas a cada 5 anos.

"A consistência ao longo do tempo para a maioria dos pontos, está lá", disse Burwell. "Em alguns casos, a ciência não muda".

Enquanto as diretrizes sempre foram o assunto de lobby intenso pelas indústrias alimentícias, a versão desse ano disparou um debate político sem precedentes – movida pelas críticas republicanas de que a administração Obama foi muito longe ao dizer ao povo o que comer. Um projeto de lei passado pelos comitês do Senado e da Casa dos Representantes mais cedo esse ano definiu um novo limiar para a ciência que pode ser usada ao definir as diretrizes, dizendo que o governo só pode fazer recomendações baseadas na evidência mais forte.

Vilsack e Burwell disseram que a ciência já é baseada em milhares de artigos científicos, décadas de pesquisa, comentários e revisões públicas por especialistas federais. Eles enfatizaram que as diretrizes são focadas na prevenção das doenças, não no tratamento.

Também tentaram separar as diretrizes finais, aguardadas em dezembro, das recomendações do comitê publicadas mais cedo esse ano.

"Por algum motivo, as pessoas parecem pensar que o relatório é igual às diretrizes", disse Vilsack. "Não é".

Após a audiência, ativistas de saúde pública criticaram os legisladores por ecoarem as preocupações da indústria de alimentos que questioniy a ciência de algumas das recomendações, coomo cmer menos sal e açúcar e beber menos refrigerante.

"É mais que imprórpio, tantos no Congresso seguirem cegamente a indicação da indústria de junk food enquanto seus eleitores sofrem e morrem de condições evitáveis, ligadas á dieta, como diabetes, doença cardíaca, obesidade e câncer", disse Michael Jacobson do Centro de Ciência pelo Interesse Público.

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