Hoje, tenho um físico e uma saúde que nunca tive antes.
Esse negócio de alimentação sempre esteve na minha vida. Do jeito certo ou errado, mas sempre esteve. Nunca fui o cara de comer muita porcaria, mas seguia o modelo carbo integral e carnes magras. Só que com o passar do tempo, fui ganhando peso, dores e sensações estranhas – digo gases e diarréias.
No final de 2007, comecei a correr. Como todo corredor, a paixão foi grande e o envolvimento no mundo da corrida também. Cheguei a participar de 4 meias-maratonas e 1 maratona. Além disso, durante uns 2-3 anos conjuguei a corrida com o triathlon.
No começo da corrida, eu continuava comendo o que vinha na cabeça e não me preocupava tanto com a balança. Anos depois, resolvi começar a ter uma alimentação mais vegetariana e com alguns períodos quase veganos. Digo mais vegetariana e quase vegana porque eu matinha a alimentação dentro dos parametros dela durante a semana e deixava a coisa mais frouxa no final de semana. Não por uma questão pessoal, mas mais por social mesmo.
Perdi peso, saí dos 95 kilos para os 90/92. Ops, vale lembrar que eu sou um cara alto, tenho 1.96m.
Mesmo perdendo peso, algumas coisas me incomodavam: a minha imunidade ficava ruim várias vezes, os gases que eu tinha, as diarréias e depois as dores nos joelhos.
Em relação à imunidade, tive diversas dores de gargantas, pelas quais eu colocava culpa nas crianças e no esporte. Não conseguia perceber que a alimentação também tinha um papel importante nessa equação.
O problema dos gases, com certeza, foi o fator que mais me incentivou a mudar para uma alimentação paleo. Eu tinha um problema sério: uns 50/60 gases por dia, uma coisa assustadora. Fui ao médico algumas vezes, um mandou eu tomar Dimeticona, o que eu não fiz. Atacar só o efeito é demais, né?
Outro médico alegava que estava relacionado com a quantidade de salada que eu comia, e que como cada uma tinha um tempo de digestão, isso levava aos gases. Fora isso, ele pediu para eu fazer um exame, do qual acabei desistindo devido à complexidade. Tenho um sério problema com quantidades certinhas de comida por dia.
Cheguei a fazer um exame de alergia ao glúten com outra médica – o que acabou não dando nada.
As diarréias davam menos problema que os gases, mas eram super-estranhas: tinham um frequência grande, tipo uma ou duas vezes por semana.
E a mudança, como começou?
Primeiro, resolvi parar de comer pão e tudo que tivesse glúten. Com isso os gases e as diarréias sumiram.
Depois de alguns meses, li uma reportagem sobre um ultra-corredor americano o Timothy Olson e a sua alimentação paleo. A leitura caiu como uma luva e fez todo o sentido para mim. A partir dali, li alguns textos e em setembro/outubro de 2013 resolvi mudar a minha alimentação.
Os gases já estavam resolvidos e agora eu resolvia a imunidade e aquela necessidade de comer de hora em hora. Naquela época, comecei a fazer alguns treinos longos sem levar nada e em jejum. Corria por 2 horas com a comida de ontem e achava isso o máximo.
Com a mudança na alimentação, ganhei mais energia, saúde melhor e mais disposição. Só que o corpo começou a sentir os 8 anos de corrida e o joelho começou a apitar.
Primeiro tive um diagnóstico de condromalácia patelar nos dois joelhos e o médico solicitou que eu fizesse musculação e alongasse. Fiz o que foi solicitado, mas as dores pioraram.
No final do ano, procurei um osteopata que me diagnosticou com tendinite patelar.
A essa altura, eu já lia os textos do Mark Sisson e me questionava se eu deveria continuar a correr. Fui lidando com as dores do joelho e pensado se parava ou não.
Até que lendo um livro sobre corrida, vi um texto sobre tratamento dos tendões e a importância do agachamento profundo lento como solução.
Dali a alguns dias parei definitivamente de correr e comecei a executar as atividades que o Mark Sisson indica. De lá para cá os meus joelhos melhoraram muito. Não posso dizer que estão 100%, mas que estão melhores do que estavam.
Hoje, tenho um físico e uma saúde que nunca tive antes.
Realmente, a visão primal/paleo me fez ver as coisas com outros olhos: os olhos da naturalidade dos movimentos, dos alimentos que ingerimos e de como lidamos com algumas coisas na vida.
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