Os EUA estão prestes a descartar o alerta de décadas sobre o colesterol

Artigo traduzido por Hilton Sousa. O original está aqui.


A cada 5 anos, o governo dos EUA atualiza um conjunto de Diretrizes Dietárias projetado para ajudar os cidadãos a fazer escolhas alimentares saudáveis. Estas diretrizes também ajudam a informa como as companhias empacotam e fazem marketing de seus produtos. A edição 2015, conforme noticiado pelo Washington Post, vai marcar talvez a maior mudança desde a publicação original de 1977 ao descartar os alertas contra o consumo de colesterol. Um dos 6 objetivos principais desde os anos 70 tem sido limitar a ingestão de colesterol a menos de 300mg por dia, entretanto o Comitê para as Diretrizes Dietárias (DGAC) não acredita que o consumo de colesterol seja algo com o qual precisamos nos preocupar.

Comidas ricas em colesterol – tais como ovos, vísceras e frutos do mar – têm sido há muito consideradas contribuintes para o risco de doença cardíaca, entretanto pesquisas buscando estabelecer qualquer ligação causal entre eles e resultados desfavoráveis sobre a saúde foram equivocadas. Na ausência de um consenso científico apropriado, e dado que o corpo humano produz muito mais colesterol do que recebe via dieta, o DGAC decidiu que "colesterol não é considerado um nutriente de preocupação em relação ao sobreconsumo". Isso não é dizer que o colesterol é completamente inócuo, e tê-lo entupindo as artérias ainda é uma ameaça à saúde cardíaca, mas entende-se que a quantidade dele que você consome não é mais importante o suficiente para ser restringida.

O DGAC está mais preocupado com o sub-consumo crônico de bons nutrientes, frisando que as vitaminas D e E, e o potássio, cálcio e fibra são sub-consumidos entre a população americana. Colocar uma ênfase maior em guiar as pessoas na direção de escolhas mais saudáveis como vegetais nutricionalmente densos e para longe da dupla de vilões açúcar e sódio (que são universalmente consumidos em excesso) será o grande foco das Diretrizes Dietárias 2015.

A mudança no pensamento sobre o consumo de colesterol é apenas parte de um corpo de opiniões em evolução sobre as escolhas dietárias mais saudáveis. Bem esta semana, um novo estudo dos dados disponíveis em 1977 concluiu que as Diretrizes Dietárias originais foram baseadas em evidências inadequadas e nunca deveriam ter sido publicadas. O relatório, de autoria de um time internacional de acadêmicos liderados por Zoë Harcombe, foi crítico do aconselhamento contra o consumo de gordua, que poderia, com o tempo, ser outra área na qual o DGAC busca modificar suas recomendações. Por agora, a grande mudança é a remoção dos alertas contra o colesterol, que espera-se que os departamentos americanos de Agricultura e Saúde e Serviços Humanos endossem na publicação final das diretrizes de 2015.

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