Como apenas o que meu corpo entende como comida boa pra ele

Me chamo Letícia, sou professora e estudante de Letras (Alemão), e gostaria de deixar aqui meu relato sobre minha experiência com a dieta paleo LCHF. Há dois anos emagreci 40kg com dieta hipocalórica e exercícios físicos. Desde da adolescência fiz dietas, fui a médicos e psicólogos, tomei remédios que me deixavam louca, outros que me faziam ir ao banheiro mais do que gostaria; já tomei laxantes, já comi apenas proteínas. Enfim, hoje aos 31 anos olho pra trás e vejo que boa parte da minha vida foi gasta me preocupando e tentando estar magra e bonita.

Sempre gostei muito de praticar esportes, desde pequena. Vontade essa que reprimi assim que me vi engordando e "enfeiando". Entrei num ciclo de comer muitos pães, doces, massas e de me isolar para comer ainda mais, com a intenção de evitar julgamentos dos amigos e da família que me viam como uma abominação. E talvez até fosse um pouco sim, mas pensando a respeito e tendo lido boa parte dos textos do blog do Dr. Souto, percebo outra verdade possível: a de que talvez comesse tanto e de forma descontrolada porque estava grande, pesada e com problemas sérios de compulsão alimentar e autoaceitação.

Enfim, há dois anos resolvi tentar a academia novamente e acontece que o prazer que sempre tive em praticar exercícios físicos, voltou. Tenho certeza de que foram eles, os exercícios físicos, os principais responsáveis pela minha perda de peso - apesar de saber que o principal ponto para o emagrecimento é a dieta. Digo isso porque sofri muito e mesmo assim continuava indo às aulas somente porque sentia muito prazer naquilo.

Os médicos e nutricionistas da vida me prescreveram uma dieta de 1200kcal e na academia os professores me incentivaram a treinar aeróbicos intensos de três a quatro vezes na semana e apenas dois dias para aulas de pump (que é uma espécie de musculação) com pesos livres, feita em grupo, no ritmo de músicas quaisquer.

Meu Deus! Como foi difícil ter forças físicas pra suportar comer pouco e malhar tanto! Cheguei a chorar de tanta fome. Mas emagreci, emagreci e fiquei toda caída, sem músculos aparentes; fiquei com aspecto doentio e apesar de ter ficado feliz em me sentir mais leve. Fiquei deprimida em me ver daquela forma, sem forma e magra demais. Ganhei peso novamente e me estabeleci nos 70kg para 1.64m.

Daí fui pesquisar e ler a respeito sobre meu problema alimentar e descobri que não precisa ser um problema insolúvel. Compilei informações diversas e decidi, então, retirar da minha alimentação alguns grupos de alimentos que julguei que pudessem interferir na qualidade do meu emagrecimento a longo prazo, como laticínios, gordura saturada, trigo e açúcar. Fiquei com legumes, verduras, tubérculos e carnes. Foi a glória.

A compulsão passou com o tempo e desenvolvi músculos; meu corpo ficou mais harmonioso e eu com tanta energia como jamais tinha tido antes. É claro que hoje aprendi a lição, restrinjo o carboidrato e libero gordura natural dos alimentos, assim como manteiga, banha, azeite de dendê (sou de origem baiana e em casa sempre tivemos, mas sempre achei um absurdo como minha família usava aquilo! Tão gordo...hehe), oliva e óleo de coco.

Como abacate e coco seco todo dia, ovos moles com bacon, frango refogado com quiabo! Enfim, minha cabeça, como podem notar, continua de gordo mas ao menos como apenas o que meu corpo entende como comida boa pra ele.

Hoje vejo que foi válido tudo o que passei para que pudesse saber tudo que sei sobre o funcionamento do meu próprio corpo. E boa parte da minha alegria é também graças à leitura dos textos do blog e principalmente dos comentários que são muito interessantes pra tirar qualquer dúvida que tenha ficado.

Aprendi a ser ainda mais questionadora e a não aceitar todas as verdades que tentam me empurrar goela abaixo, sobre tudo. Desejo boa sorte a todos os que estão começando a se alimentar de forma mais natural, sem neuras - apenas com bom-senso em escolher mais alimentos naturais como ovos caipiras da feira, manteiga de feira, carnes de boa procedência, legumes e verduras da estação (que me parecem mais seguros em relação a agrotóxicos do que outros, fora de época e importados).

Enfim, não é necessário gastar muito para comer bem. Me parece apenas uma questão de prioridades e saber o que é importante para você nesse momento. Para mim, agora, é meu bem estar e paz de espírito advindos de alimentação sem culpa e natural, além de musculação e muay thai! :)

Por fim gostaria de agradecer ao Dr. Souto por disponibilizar o blog pra todos, por escrever tão bem e de forma tão compreensível. E por ser tão engraçado e simpático ao responder os comentários do pessoal, que muitas vezes me pego rindo aqui, do nadal! :D

Abraços, 
Leticia C.

Comentários

  1. Leticia! Parabens! é sempre bom ler sobre gente que nada contra a corrente nessa busca de uma vida mais saudavel e sem neuras :)

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